Ganhou o primeiro clássico que disputou para o campeonato, mas desde então soma cinco derrotas e dois empates nesta prova. Números que desvaloriza até porque assume que este jogo "chega num bom momento" da equipa
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Sem medo do historial negativo do Benfica com o FC Porto desde que assumiu o comando do clube da Luz, Jorge Jesus encara o clássico de amanhã com a confiança em alta. Porém, foi com um discurso cauteloso e sem espaço a muita polémica que o técnico abordou o primeiro confronto da época com o campeão nacional, procurando não dar armas para motivar o rival. Sublinhando que o objetivo do Benfica é reforçar o primeiro lugar, até porque a equipa atravessa uma boa fase, Jesus não deixou pistas quanto ao sistema para amanhã, garantindo ainda assim: "Não vamos mudar a nossa ideia de jogo."
O Benfica entra condicionado neste jogo face ao historial que tem frente ao FC Porto nos jogos do campeonato, pois sob o seu comando soma apenas uma vitória, dois empates e cinco derrotas?
Se os jogos com o FC Porto para as outras competições não contam... Jogar com o FC Porto ou o Sporting, seja em que prova for, é sempre importante. Penso que o que sucedeu no passado não traz nem vantagem nem desvantagem. Cada jogo tem o seu momento. E o deste jogo fica marcado pelo facto de as três equipas estarem no primeiro lugar. Por isso, tanto Benfica como FC Porto querem ganhar para serem cada vez mais primeiros. O passado não conta.
Como está o ambiente no balneário antes deste jogo?
A equipa está bem, face ao que tem acontecido nos jogos que temos feito. Temos tido um somatório de vitórias e vimos de um jogo bem conseguido. Por isso, a equipa sente-se confiante. E quando defrontas um adversário que é um rival ainda ficas mais motivado e confiante. É um jogo que chega no bom momento, pois o Benfica nesta fase só tem momentos para estar satisfeito, independentemente da situação do falecimento do Eusébio. Esse dado é um sentimento e o jogo é outra história.
Como pensa montar a equipa? Admite jogar só com um ponta de lança?
Em relação ao Benfica, e face ao último jogo, se o Nico e o Rodrigo não jogarem, como é óbvio, temos de mudar de jogadores, mas não vamos mudar de ideia de jogo. Trabalhamos com uma ideia de jogo e uma metodologia de treino não para 11 jogadores mas para 25. Todos os jogadores sabem o que fazer nos cinco momentos de jogo e não apenas os 11 que jogam. Essa questão para mim não se coloca.
Frente ao Sporting o FC Porto teve uma estratégia mais defensiva. Viu esse jogo? Que FC Porto espera na Luz?
Vi o jogo com o Sporting, foi um excelente jogo. Espero um FC Porto com a sua identidade habitual e um processo de jogo já de alguns anos. Pode mudar um bocado a estratégia, seja coletiva ou individual, até porque cada treinador tem a sua ideia para trabalhar o que é a estratégia de jogo. E tática é uma coisa, estratégia é outra. O que o técnico lança, seja antes ou durante o jogo, umas vezes pode ter rentabilidade, outras não. Nem sempre se conseguem montar as estratégias que pensamos.
Como tem visto este FC Porto com Carlos Eduardo. Acredita que pode mudar a sua forma de jogar para esta partida?
O FC Porto é um problema mais do seu treinador. A mim interessa-me mais pensar no que tenho de fazer e na minha equipa, para que a identidade e a forma de pensar que demonstrámos ao longo destes quatro/cinco anos esteja sempre presente.