Em entrevista à revista sérvia "Mozzart", o atacante diz que só não está a viver um verdadeiro conto de fadas por causa dos persistentes problemas físicos
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Foi com um boné na cabeça e um casaco dois tamanhos acima do seu que Lazar Markovic apareceu junto à rotunda do Marquês de Pombal, no centro de Lisboa, para a entrevista com os jornalistas sérvios que viajaram de propósito até Portugal para uma série de artigos com os "Benfikovici", nome já criado pela Imprensa da ex-república jugoslava para designar o fenómeno sérvio de águia ao peito. Há uma semana, a revista "Mozzart" mostrou um pouco da vida "feliz" de Matic na ponta mais ocidental da Europa. Desta vez, as atenções viraram-se para Lazar Markovic, que, nesta entrevista, publicada ontem, revela o maior dos seus objetivos no presente. "O meu único desejo é livrar-me definitivamente das lesões contra as quais tenho lutado recentemente", diz.
Desde que Markovic veste a camisola do Benfica foram já várias as lesões que o obrigaram a parar de treinar e jogar, destapando um passado recente também atormentado por problemas físicos. Logo em setembro, O JOGO revelou que a carreira de Markovic chegara mesmo a estar em risco a época passada devido a uma complexa lesão no abdómen e a uma série de desequilíbrios musculares que o obrigaram a um tratamento intensivo, de dois meses, em Inglaterra.
"Eu só quero sentir-me bem para poder mostrar o meu futebol e ajudar o Benfica a conquistar títulos e sucesso na Liga dos Campeões", afirmou o camisola 50, garantindo não acusar o facto de ter chegado ao Benfica pelo valor de dez milhões de euros, nem de o Chelsea também ter estado na luta pela sua aquisição.
"Não sinto qualquer pressão, provavelmente também influenciado pelo magnífico cenário do Benfica. Aqui consigo jogar relaxado e desfrutar do futebol", sustentou o jogador de 19 anos que está na lista de candidatos a ganhar, no próximo mês, o prémio de melhor jovem de 2013, chamado "Golden Boy" e atribuído pelo jornal italiano "Tuttosport".
"Sinto que tenho progredido muito desde que estou no Benfica. Em apenas alguns meses acho que as mudanças já são visíveis. O Benfica ainda é um dos melhores clubes da Europa e trabalha segundo os mais altos padrões", considerou o campeão pelo Partizan, que tem o seu irmão Filip também de águia ao peito, a tentar impor-se na equipa B, de Hélder Cristóvão.
"Se tenho saudades de casa? Nunca. Sinto-me muito bem aqui. Claro que ajuda ter cá o meu irmão, muitos sérvios como colegas e as visitas constantes da minha família. Lisboa é uma cidade fenomenal, há tanta coisa para ver, sempre que tenho tempo aproveito para passear a pé e conhecer sítios novos", comenta. Claro está, sempre de boné na cabeça, só para conseguir caminhar alguns metros sem parar para dar autógrafos. "Não saio a lado nenhum sem chapéu. É bom ter popularidade, mas também é importante ter privacidade. Com este corte de cabelo, é fácil reconhecerem-me", afirma na conversa com os jornalistas sérvios, aos quais falou das aulas de português e da reação tão positiva que está a ter por parte dos adeptos pelo facto de já saber dizer umas palavras na língua local.