Leonardo Jardim queixou-se de que os seus jogadores não têm experiência para recorrerem às faltas, mas o Sporting é a equipa grande que mais vezes interrompe o jogo
Corpo do artigo
Ao contrário do que o próprio Leonardo Jardim dizia, o Sporting é uma equipa que não se "envergonha" por recorrer à falta para travar as iniciativas ofensivas dos adversários. A chamada de atenção do técnico após o dérbi com o Benfica para o campeonato parece, pois, ter sido precipitada. É verdade que, nessa partida, os leões fizeram metade das faltas do rival, mas os números mostram que foi apenas um dia... macio.
Esta análise acaba por ser sustentada pelos números totais da liga. Com uma média de faltas de 16,7% por jogo, a equipa leonina é a quarta mais faltosa da competição, só atrás de Olhanense (17,2%), V. Setúbal e Gil Vicente, ambas com 16,8%. Se o registo dos três líderes desse capítulo específico pode ser explicado pelas suas baixas percentagens de posse de bola - que os obrigam a correr atrás da mesma -, o mesmo não se pode dizer do Sporting, que, nesse aspeto, só está atrás do FC Porto, com uma média de 58% por jogo.
Os números revelam assim que Leonardo Jardim também se enganou quando antecipou o clássico com os dragões, prevendo um adversário com "muita posse de bola" e a "cometer mais faltas"; acabou por ser a sua equipa, mais inexperiente, a liderar nesse aspeto (15 contra 14).
Na opinião de Lázaro Oliveira, o recurso à falta é um meio "inteligente" de manter o controlo de jogo, desde que não seja em excesso. "É um meio eficaz para matar a transição ofensiva do adversário e reposicionar a defesa. Depois basta ter cuidado com as bolas paradas a favor do rival", explicou o técnico do Portimonense a O JOGO, revelando que costuma insistir nesse aspeto também nos treinos. "Se existir um ataque rápido que não seja interrompido, peço ao jogador para, no futuro, recorrer à falta", sublinhou Lázaro.