Neto: "O meu filho dizia-me que o Inácio e o Coates marcam golos, sendo defesas"
Neto deu uma entrevista à Sporting TV depois de fazer 100 jogos pelo clube de Alvalade.
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Marca dos 100 jogos: "Orgulhoso do meu trajeto. Tinha pensado que podia ter atingido o ano passado, mas a lesão no joelho e o pneumotórax tirou-me muito tempo. É uma marca importante por ter sido no Sporting. Foi uma prova de resiliência. Poderia ter imaginado algo parecido, mas foi muito melhor do que idealizava. Foi a cereja no topo do bolo fazer 100 jogos por alguém. Era um sonho meu jogar num grande e ao mais alto nível em Portugal."
O que diria ao Neto de 2019? "Diria que não podemos ser apenas o que fazemos no campo. Somos o que influenciamos, a experiência que damos aos outros. Temos de dar a nossa melhor parte para um bom ambiente. Num clube grande, quando não ganhas, há semanas pesadas, ambientes difíceis. É equilibrar o bom e o mau."
O número 13: "Era de azar na Rússia, aconselharam-me a trocar a camisola, mas no futebol há feelings. Sentia que era possível ser campeão e ganhar títulos, ter bom rendimento. E ser algo parecido no Sporting com essa camisola. Ficou livre depois da saída do Ristovski, afeiçoo-me muito. É o número de lutar contra a crença instituída do azar. Não é mais do que um mito."
Memórias: "O primeiro jogo a titular no campeonato é com o Boavista. O primeiro estágio, a primeira vinda a Alcochete, a Alvalade… são coisas que não esqueço. O ano em que fomos campeões foi especial. O ano, o grupo, vivendo a pandemia. O dia a dia, o controlo, os dez dias fora devido à doença. Criámos uma grande família e sem adeptos encontrávamos estímulos e começámos a acreditar. Todos tinham um objetivo comum. O jogo mais marcante terá sido em Braga, que ganhámos. Sentimos que não nos fugia o título. O dia contra o Boavista, o discurso do presidente, do míster, do Coates… queríamos resolver ali. O autocarro cheio de pessoas a apoiar-nos no trajeto. Fez-nos lembrar a final do Euro’2004. Foram marcos especiais. Vimos barulho, gente e tínhamos lá a família."
Balneário? "Todos estavam no mesmo patamar, a querer a mesma coisa. É sempre possível mesmo não jogando dar alguma instrução e poder ajudar. O Diomande, o Quaresma e o Inácio. É mais mediático quem joga, mas tenho o meu espaço e todos me respeitam. Gosto muito de estar aqui. Gosto de saber como está a formação, como estão os departamentos."
Golo? "Foi especial. O meu filho dizia-me que o Inácio e o Coates marcam… que são defesas. Viu-me e ficou com aquela surpresa. Nunca tinha festejado um golo meu. Agora está sempre à espera."
Apoio dos adeptos: "Aprendi que ganhar é muito importante, mas a maneira é muito importante. Qualquer região onde vamos jogar temos sempre muita gente, acresce responsabilidade pelo que o clube representa. Acreditamos que somos mais fortes com este tipo de apoio. Espero que assim continue e que possamos esgotar o estádio. Será sempre uma relação recíproca. Faremos em campo por merecer. Queremos entrar no ano com uma vitória. Nunca pensei fazer 100 antes da última época. As coisas não se proporcionaram."