Numa altura em que até seria fácil atacar o técnico, o médio colombiano preferiu responder com cautela à questão sobre a sua ausência da equipa
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Poucas horas depois do empate em Guimarães, Jackson e Quintero já estavam no Aeroporto Francisco Sá Carneiro para viajar rumo a Barcelona, onde amanhã se preparam para defrontar a Tunísia; no caminho para a porta de embarque, uma televisão com o resumo da partida da véspera do FC Porto prendeu-lhes a atenção. Os dois ficaram colados às imagens, a analisar os lances, e Quintero não resistiu a um abanar da cabeça, em sinal de desagrado, quando assistiu ao segundo golo do V. Guimarães. Aquele lance acabou por ditar a perda de mais dois pontos, estando agora o FC Porto a nove do Benfica. O médio reconheceu, já em Barcelona, as dificuldades dos últimos tempos. "É verdade, está muito difícil, mas nós somos os únicos que podemos dar a volta a esta situação. Não tem sido fácil perder pontos... apesar disso, sabemos que temos uma grande equipa, um grande plantel, e que podemos conquistar grandes coisas pelo FC Porto", começou por explicar.
No entanto, e bem mais difícil de explicar, foi o facto de raramente ser opção para Paulo Fonseca. Quintero garante que está "tranquilo", tendo desta vez, e ao contrário do que aconteceu antes das férias de Natal - quando abriu a porta de saída do clube -, optado por um discurso mais cauteloso. "É óbvio que não tenho muitos minutos de jogo, mas continuo a trabalhar bem. Estou à espera da minha oportunidade e a verdade é que esta chamada à seleção me dá mais confiança para o futuro", garantiu o médio.
Mas, afinal, por que não joga Quintero? O esquerdino não tem a resposta. "Não sei. É uma decisão técnica que eu, como jogador, tenho de respeitar. A equipa está a passar por uma fase muito difícil, o campeonato está complicado, mas temos uma grande vontade de dar uma alegria aos nossos adeptos. Pessoalmente não me podem acusar de nada... porque não se passa nada", limitou-se a afirmar.
Aos jornalistas colombianos, garantiu depois que continua a "trabalhar assiduamente" os livres diretos, porque acredita que essa é uma das "boas qualidades" que possui, mas falou também da questão defensiva, ou melhor, da crítica que os "europeus" repetem à forma pouco abnegada como boa parte dos jogadores colombianos defende. Quintero sorriu antes de arrancar para a resposta. "Pode ser verdade, não sei. Mas gostamos de jogar bonito e às vezes descuidamo-nos um pouquito na marcação. Penso que é normal isso acontecer. Na Europa, tem de se defender mais e nós aos poucos vamo-nos habituando a isso", concluiu.