Treinador e o seu futuro na Luz - Os maus resultados e as fracas exibições têm desagradado a Luís Filipe Vieira e seus pares. Apesar de a pressão interna estar a aumentar, o técnico desvaloriza a questão e garante haver total sintonia entre todos
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A derrota com o PSG após um empate surpresa com o Belenenses abalou o Benfica, que está já a cinco pontos do FC Porto na Liga. Jesus não teme a pressão e, numa conferência de Imprensa em que até entrou sorridente, garantiu ter uma boa relação com os jogadores, acreditando que pode superar o mau momento.
Pelo discurso que tem apresentado fica a ideia de que não está preocupado com o seu futuro no Benfica e com o futuro da equipa. É assim?
Preocupado porquê? Sei o valor que tenho como treinador, sei os jogadores que tenho e o seu valor, e sei a estrutura que me envolve. Estamos todos em sintonia, já passámos antes por estas situações e conseguimos dar a volta naturalmente. Já estou vacinado para estas situações.
Tem recebido muitas críticas pelo facto de a equipa estar cansada e desmotivada. Concorda com a análise?
Não é nenhum cenário diferente para mim. No ano passado, por esta altura estávamos com os mesmos problemas. Já estou adaptado e mais do que nunca preparado para essas situações. O que acontece é que a confiança é total da minha parte, enquanto treinador. Primeiro porque sei do meu valor, segundo porque sei os jogadores que tenho, e terceiro porque sei também a sintonia que há entre a estrutura do futebol e o presidente do clube. Só assim se ultrapassam situações menos positivas. Como o resultado com o Belenenses, que nos travou a recuperação. Agora, na Champions estás tão perto de ganhar como de perder.
Como está a sua relação com o plantel?
A minha relação com o plantel está como sempre. Quanto mais anos de trabalho tenho com os jogadores, e os anos que tenho de Benfica são a prova disso, cada vez maior e melhor é a aproximação e mais fácil é gerir e trabalhar com o plantel. Quando não ganhas há menos confiança, é verdade. Dos adeptos e dos jogadores. É normal, mas confiança nada tem que ver com falta de relação ou destabilização, porque isso não existe.
Há uma pergunta que muitos adeptos têm feito. Por que razão o Benfica, tendo a mesma equipa que no ano passado, joga muito menos?
É uma pergunta inteligente e com razão. Agora, é preciso ver o contexto. A diferença em relação ao que fizemos no último terço do campeonato é muita, mas isso já não se verifica quanto ao primeiro terço. Se tivermos como referência os jogos que fizemos no ultimo mês da época anterior, em que mostrámos muita qualidade e força, exceto nas decisões, é verdade que estávamos a jogar muito mais em maio do que hoje. Agora, se compararmos a forma em que estamos agora em outubro com o mesmo mês do ano passado, então não estávamos a jogar muito mais. Estamos idênticos. Nessa altura também tínhamos um empate com a Académica e uma derrota com o Spartak de Moscovo. Estávamos na mesma situação [o jogo em Coimbra foi a 23 de setembro e o da Rússia a 23 de outubro. Pelo meio o Benfica somou três vitórias e uma derrota, com o Barcelona].
Os maus resultados e as críticas que têm sido feitas condicionam a preparação para este jogo? Geram preocupação especial?
Este jogo enquadra-se dentro da normalidade do Benfica. Um jogo no qual temos de tentar fazer tudo para ser melhores do que o Estoril e vencer. Será sempre assim até ao fim do campeonato, com o senão de o jogo com o Belenenses ter quebrado a recuperação que vínhamos a fazer no campeonato, num jogo em que não estivemos bem. O jogo com o PSG é outro cenário completamente diferente. A Champions é uma competição em que cada equipa está tão próxima de ganhar como de perder, e isso não acontece só no grupo do Benfica, como em qualquer um, são equipas fortes.