Participou em cinco dos últimos seis golos: não marca há três jogos, mas, prendendo os centrais, sofrendo faltas ou criando jogo, Fredy é decisivo na manobra dos leões, até quando não está a finalizar: sabe jogar sem bola e trabalha para a equipa.
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Fredy Montero apontou 12 golos nos 11 jogos oficiais que o Sporting já disputou neste arranque de temporada, mas ficou em branco nos últimos três, circunstância que já levou alguma crítica a fazer soar os sinais de alarme, mas a verdade é que a análise das referidas partidas leva à constatação de um facto: a contribuição do avançado colombiano não se esgota na sua faceta de matador, já que esteve diretamente envolvido em cinco dos seis golos apontados pelo Sporting nesses encontros. Montero ganha faltas, abre espaços, arrasta as defesas e também sabe criar. É isso mesmo que explica a O JOGO um especialista na matéria, Dani, antigo internacional português cuja criatividade o levou a passar por clubes como Sporting, West Ham, Ajax, Benfica ou Atlético de Madrid.
"Estava um bocado reticente relativamente ao que poderia trazer ao jogo, mas tem-se revelado um jogador solidário em todos os momentos. Mesmo sem marcar, tem sido fundamental na manobra ofensiva do Sporting, segurando os centrais e obrigando os defesas a perderem o seu posicionamento. Mesmo quando a bola não chega em condições, como sucedeu na primeira parte do jogo com o Benfica, é capaz de descer para participar na circulação e, quase como um 10, virar, fazer o passe e encontrar espaços para os companheiros. É um jogador de grande entrega", explica o agora analista, que recorda um lance específico do dérbi da Luz, que afastou o Sporting da Taça de Portugal, como exemplo claro da esfera de influência do camisola 17: "Não só finaliza como ajuda a criar, promovendo a criação de espaços que os extremos e os médios aproveitam, como sucedeu no golo de Capel na Luz, que nasceu da sua movimentação."
Dani evita a comparação com Liedson, feita recentemente por Pereirinha, em entrevista a este jornal, mas encontra elementos parecidos na forma de jogar de Montero e do Levezinho. "É difícil fazer uma comparação com alguém que tem a história de Liedson, mas é semelhante no trabalho que faz sem bola e em movimentos parecidos", observa o antigo craque.