Onze alternativo chegou para os gregos: Jorge Jesus mudou sete habituais titulares a pensar no campeonato, mas deu um passo rumo aos oitavos de final.
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O Benfica garantiu na Grécia uma importante vantagem para a segunda mão destes 16 avos de final da Liga Europa, sendo fiel à estratégia que delineou: sem sacrificar o resultado nesta prova da UEFA, deu prioridade à gestão de esforço de alguns elementos fundamentais na estrutura da equipa, guardando energias para o campeonato, prioridade que assumiu, previamente, sem pejo.
Num campo tradicionalmente difícil - o PAOK ainda não sabia o que era perder no seu estádio na presente campanha europeia -, Jesus não se coibiu de poupar sete dos seus habituais titulares - Oblak, Garay, Siqueira, Fejsa, Markovic, Gaitán e Rodrigo -, promovendo a entrada de elementos que não possuem, na sua maioria, o mesmo ritmo: Artur regressou à baliza, Jardel atuou ao lado de Luisão no centro da defesa, Sílvio foi (e bem) o lateral-esquerdo, Rúben Amorim fez de Fejsa, André Gomes penou pela ala direita, Sulejmani teve rasgos pelo flanco canhoto e Djuricic tentou ser apoio para Lima.
Ainda assim, e apesar de apresentar um onze menos rotinado, foi o Benfica quem dominou de forma autoritária desde o apito inicial, até porque, com alguma surpresa, Huub Stevens, técnico do PAOK, também optou pela gestão, deixando no banco algumas das principais figuras do seu plantel. Mais, os gregos adotaram uma estratégia muito cautelosa, abdicando da posse da bola e de qualquer tentativa de pressão, preferindo antes uma postura de expectativa, apostando no aproveitamento do erro dos adversários.
O resultado desta abordagem concedeu total controlo da partida - e domínio territorial - ao Benfica, mas a boa organização dos anfitriões - aliada a alguma falta de eficiência dos visitantes - impediu que as oportunidades de golo quebrassem a monotonia da primeira parte.
A segunda metade prometia mais do mesmo, mas uma rara distração da defensiva grega - que muito protestou o lance - permitiu que Lima colocasse os encarnados em vantagem, no primeiro remate que acertou, de facto, na baliza à guarda de Glykos.
Sem perder tempo, Stevens promoveu a primeira alteração - entrada de Lucas para o lugar de Oliseh, mas Jesus respondeu de imediato com um tampão que estancou qualquer esboço de reação dos gregos: Fejsa plantou-se à frente da defesa, por troca com Enzo e adiantamento de Rúben Amorim, e tomou conta do meio-campo, onde o desgaste (e amarelos) de Maduro, Kace e Lazar ficou por demais evidente.
Para o jogo saltaram ainda Stoch e Salpingidis, que, com Lucas, deram outra qualidade ao futebol do PAOK, mas era já tarde de mais para desestabilizar a organização defensiva de um Benfica que sabia gerir a situação. Aliás, depois de Markovic ter rendido André Gomes no flanco direito - missão de sacrifício para o médio-centro, muito apagado numa função para a qual, manifestamente, não parece talhado - e de Salvio ter assinalado, cinco meses e meio depois, o regresso à competição, só mesmo alguma precipitação na saída para o contra-ataque impediu o Benfica de matar definitivamente a eliminatória.
Agora, na Luz, Jesus poderá voltar a gerir, já que a vantagem, apesar de magra, pode ser mais do que suficiente para seguir em frente na competição, até porque este PAOK mostra maior fragilidade sempre que obrigado a atuar fora de casa.