Na ressaca da vitória sobre o Sevilha, Jackson revelou que havia jogadores que não se sentiam confortáveis com a tática de Paulo Fonseca. Regresso às origens tem sustentado retoma nos resultados
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A vitória sobre o Sevilha e a presença no próximo campeonato do mundo foram o mote de uma longa conversa entre Jackson Martínez e um jornalista colombiano para o programa Planeta Fútbol da rádio Antena 2. No final do treino matinal de ontem, o avançado falou em objetivos pessoais, mas também do FC Porto, sobretudo da troca de Paulo Fonseca por Luís Castro que, no seu entender, foi benéfica para a equipa. "Ajudou-nos muitíssimo, porque muitos dos jogadores estavam habituados a jogar num esquema tático diferente daquele que foi implementado pelo anterior treinador. Com o atual, voltou tudo à normalidade", revelou Jackson, antes ainda de explicar o que provocou a saída de Paulo Fonseca a meio da temporada. "Ele estava a fazer um bom trabalho, mas a situação estava bastante tensa e complicada, porque um clube como o FC Porto está habituado a ganhar sempre. Fomos eliminados da Liga dos Campeões, estávamos mal no campeonato... E, por isso, é que chegou outro treinador", prosseguiu.
Durante a conversa, Jackson repetiu a ideia de que a mudança de treinador "foi positiva", apesar da "falta de tempo", provocada pela sucessão de jogos nesta fase da temporada, para trabalhar com maior profundidade as ideias de Luís Castro. "Melhorámos muito nas últimas semanas. No ataque, por exemplo, estamos bem melhor, até nas combinações. O novo treinador chegou há pouco e precisava de mais tempo para treinar. Ele tem transmitido as suas ideias no pouco tempo que tem tido para trabalhar connosco e nós vamos tentando assimilar tudo o mais rapidamente possível para depois transportar para os jogos."
Apesar disso, e desde a chegada de Luís Castro, o FC Porto só venceu por uma vez por mais do que um golo de diferença, e logo na estreia do treinador na receção ao Arouca (4-1). De resto, sobram as vitórias por 1-0 sobre Nápoles, Belenenses, Benfica e Sevilha. "O que se passa? Bem, esses jogos foram todos diferentes. No entanto, a realidade é que a equipa está a viver uma transformação na sua forma de jogar e no seu esquema tático. O FC Porto está habituado a ser uma equipa que marca muitos golos, mas apesar destes resultados recentes, neste momento é mais importante ganhar do que marcar três ou quatro golos", acrescentou.
A rematar o assunto, Jackson foi confrontado com a comparação entre os golos que marcou no campeonato passado e no atual - 26 em 30 jogos na I Liga 2012/13, 14 golos em 20 partidas na de 2013/14. "Tenho objetivos muito claros, mas mais do que pensar em ultrapassar os números do último campeonato, o meu foco está na equipa e em ajudá-la a ganhar jogos. Até porque se tivermos um bom jogo coletivo será mais fácil para mim marcar golos", concluiu.