Leonardo Jardim apostou em Vítor contra o Marítimo, mas o jogo vertical do jovem formado na Academia adapta-se melhor à estratégia delineada para defrontar o Benfica e a equipa trabalha para ter o camisola 8 como ligação ao ataque
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Leonardo Jardim tem dedicado muito tempo ao meio-campo no ciclo que antecede o dérbi de sábado e André Martins parece ter espaço para regressar ao onze, recuperando o lugar que cedeu a Vítor no confronto com o Marítimo, na nona jornada da I Liga. O jogo de sábado decide o futuro imediato do Sporting na Taça de Portugal e o treinador está a preparar cuidadosamente a estratégia para que a sua equipa possa bater o Benfica e manter vivo o desejo de vencer esta prova, conquista que, ao contrário da do campeonato, foi assumida como um dos objetivos dos leões para a presente campanha, e as características de Martins parecem mais apropriadas ao plano de jogo que será necessário na Luz.
Como o próprio técnico já admitiu, a escolha de Vítor para defrontar os insulares residiu na convicção de que o centrocampista contratado ao Paços de Ferreira é mais forte em posse de bola e ataque organizado, providenciando uma acutilância no último passe que, para Jardim, André Martins ainda não possui, enquanto este é exímio nas transições, no transporte da bola e num jogo mais vertical. Ora, se diante do Marítimo, os espaços seriam mais reduzidos, já que a formação orientada por Pedro Martins privilegia um bloco mais recuado e o ataque rápido, beneficiando um 10 capaz de gerir a posse e encontrar os metros necessários para lançar os avançados, o dérbi com o rival de sempre proporciona outro tipo de desafio, já que os pupilos de Jorge Jesus vão lutar por assegurar o domínio territorial e o controlo do jogo, deixando maior margem para que o Sporting possa progredir em transições rápidas, realidade que André Martins interpreta na perfeição, como mostrou, já ao serviço da equipa principal do Sporting, em partidas semelhantes.
Certo é que, sabe O JOGO, Leonardo Jardim continua a trabalhar as duas hipóteses, até para que a equipa esteja preparada para ambas, caso as circunstâncias do jogo obriguem a modificar a estratégia durante esta eliminatória.
Até ao momento, André Martins foi titular em sete dos oito encontros em que participou - começou a época como suplente, mas entrou ainda no primeiro tempo do embate com o Arouca, para o lugar de Gerson Magrão e não saiu do banco na partida com o Marítimo -, construindo uma série de exibições que lhe valeram mais do que uma chamada aos trabalhos da Seleção Nacional. Vítor, por seu turno, foi um dos últimos a juntar-se ao grupo - foi inscrito, como Iván Piris, no derradeiro dia do mercado de transferências - e teve de esperar pelo jogo com o Alba para se estrear como titular, estatuto que repetiu, sem o mesmo sucesso, diante do Marítimo.