Trabalho específico de fortalecimento muscular: um dos aspetos que Leonardo Jardim quer ver melhorado para transformar o extremo de 19 anos num "jogador de elite", isto sem perder a velocidade e espontaneidade que o caracteriza
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Transformar Carlos Mané num jogador de elite, como afirmou Leonardo Jardim na conferência de Imprensa, anteontem, é um dos desideratos do técnico que conta com um plano específico de treino para a missão que está a levar a cabo. Segundo O JOGO apurou, o extremo de 19 anos, desde o final de de setembro - alguns dias antes da estreia pela equipa principal, frente ao Vitória de Setúbal, no passado dia 5 de outubro -, passa cerca de três horas extra por semana no ginásio da Academia, onde procura adquirir maior capacidade muscular, sem comprometer os atributos que lhe são reconhecidos, sobretudo no que diz respeito à velocidade e espontaneidade que coloca nas suas ações. Encher, como vulgarmente é catalogado o trabalho muscular de ginásio, não é de todo o objetivo.
A melhoria da resistência física de um atleta que na época passada era júnior é um dos aspetos que estão a ser trabalhados pelo treinador e todo o "staff" técnico que colabora diariamente com a equipa principal. Afinal, como sublinhou Jardim, Carlos Mané "ainda está em fase de maturação" e é necessário "corrigir coisas para que se torne num jogador de elite". O extremo segue um plano definido em função das suas características físicas, debilidades e potencialidades, realizando trabalho específico com recurso a várias máquinas que possibilitam aprimorar segmentos musculares predefinidos. O cumprimento desse mesmo plano está naturalmente associado ao processo de treino levado a cabo por Leonardo Jardim, sendo executado geralmente após sessões no relvado e em períodos que raramente excedem os 30 minutos. Carlos Mané tem sentido a preocupação e confiança do treinador, não descurando os pressupostos inerentes ao plano de trabalho determinado.
Este é o seguimento natural de um processo de trabalho que há vários anos está implementado na Academia, já que o Sporting trabalha os seus jogadores, com particular atenção aos mais jovens, com base num treino modelar testado de forma positiva, e com os resultados conhecidos em diversos atletas, que é adaptado em função das características de cada indivíduo. O mesmo é utilizado de forma persistente, começando os jogadores mais jovens a dedicar maior atenção à especificidade do trabalho de ginásio a partir dos 15 ou 16 anos, que, no mínimo, frequentam duas vezes por semana em sessões curtas de 15 a 20 minutos. Com esse processo - que hoje em dia é utilizado com variantes nos principais emblemas de topo -, o clube procura acentuar potencialidades e debelar deficiências, que, no caso de Carlos Mané, integrado num patamar superior de intensidade e frequência, passam pelo défice físico no que concerne ao embate com os principais oponentes.