Examinado para o Mundial: ascensão e perfil do extremo-avançado estimularam a avaliação apertada do selecionador. Rigor tático, versatilidade e força no um contra um são aspetos que podem incluí-lo na lista final para o Brasil
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Com o Mundial cada vez mais visível no horizonte, o selecionador nacional, Paulo Bento, vai escrevendo a lista de 23 convocados para representar Portugal no país irmão. A página ainda não está preenchida, sabendo-se que na mesma haverá lugar à inscrição de surpresas. Uma delas, apurou O JOGO, pode chamar-se Carlos Mané. O rendimento e perfil do 36 leonino, que ainda não jogou acima da categoria sub-21, encaixam nos critérios estipulados para se ser mundialista de Cinco Quinas ao peito (ver mais informação nesta página).
Uma das revelações do Sporting em 2013/14, o extremo nado e criado nas categorias de formação verdes de brancas, que também pode funcionar como médio-ofensivo ou segundo avançado, colheu de surpresa o corpo técnico da Seleção Nacional na época desportiva ainda em curso, assumindo-se como pretendente a uma das vagas para a frente de ataque (ver caixa em anexo nesta página), tamanha a forma como foi somando pontos no caderno de apontamentos de Paulo Bento e seus pares. Tal chamada não seria prática incomum - o selecionador levou ao Euro'2012 Miguel Lopes e Custódio, que ainda não eram internacionais AA. Sem que certezas subsistam, o luso-guineense foi dos elementos que centraram a atenção nas últimas observações feitas pelo selecionador nacional e respetiva equipa, da qual faz parte Leonel Pontes. O adjunto de Paulo Bento na Seleção Nacional - e, antes, no Sporting - passou vários anos na estrutura técnica leonina desde a formação à área profissional, sendo um conhecedor profundo das qualidades do dono da camisola 36 verde e branca.
Detendo evoluídos fundamentos de jogo, níveis elevados de técnica e intensidade e força no um para um, Mané correspondeu taticamente, quer atuando encostado à linha, quer em zonas mais interiores. Lançado por Leonardo Jardim, o leão de 20 anos rapidamente passou a escolha regular sem acusar dificuldade de adaptação a um nível competitivo superior. Mané foi uma injeção de (mais) sangue novo e ambição numa equipa leonina que se reergueu do sétimo lugar verificado na temporada anterior para terminar a I Liga em segundo posto, carimbando o regresso à Europa via Liga dos Campeões. Com 18 partidas oficiais disputadas e quatro golos faturados pela equipa principal, o avançado destacou-se, em suma, pela forma ousada, polivalente e efetiva com que agarrou primeiro uma oportunidade e depois a titularidade.
Tais atributos não escaparam ao olhar atento da estrutura técnica nacional, que agora considera a hipótese de reservar ao 36 do Sporting um lugar no avião que levará Portugal ao outro lado do Atlântico. Isto porque, atendendo aos pressupostos ponderados por Paulo Bento na chamada à Seleção, Mané cumpre na plenitude, conforme avalia a O JOGO Carlos Pereira, ex-adjunto do atual selecionador nacional no Sporting. Os requisitos para jogar nesta equipa das Quinas (a saber: assiduidade - "Tem sido em 2014 uma das certezas na equipa do Sporting, independentemente da posição em que atue"; rendimento - "Fez várias assistências e marcou golos, com influência em toda a manobra ofensiva"; qualidade - "Neste particular, se calhar, fica a par de outras opções para a posição"; e necessidade da Seleção - "Esse pode ser o fator decisivo, porque joga em qualquer das alas e no corredor central") são satisfeitos por Mané, avalia o técnico Carlos Pereira, que esteve com Paulo Bento ao longo de quatro anos no Sporting.