Argentino já "salvou" três treinadores em momentos como o que Paulo Fonseca está a passar
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Se ontem Hugo Almeida, através de O JOGO, considerou Quaresma o melhor amigo de um ponta de lança, pode dizer-se o mesmo de Lucho em relação aos treinadores. Só no FC Porto já "salvou" três da contestação dos adeptos e amanhã pode contribuir para que Paulo Fonseca reconquiste créditos junto da plateia azul e branca. A estatística do argentino diz que marca sempre nos jogos que se seguem ao maior foco de pressão no clube. Foi assim em 2005/06, com Co Adriaanse; em 2008/09, com Jesualdo Ferreira; e em 2011/12, com Vítor Pereira. Paulo Fonseca tem por isso ainda mais razões para manter o internacional argentino no onze que vai defrontar o Braga. Se for como no passado, o capitão assumirá os riscos e as despesas da partida, comandando a equipa à vitória que poderá significar o fim do ciclo negro que já custou a liderança do campeonato. São sete pontos perdidos nos últimos três jogos na prova, recorde-se.
Co Adriaanse foi o primeiro treinador a que Lucho "deu a mão". Na sequência de uma derrota na Reboleira - que custou a titularidade a Vítor Baía - e de um nulo em Vila do Conde, alguns adeptos do clube fizeram uma espera à equipa no Olival que culminou com um ataque, com uma tocha, ao carro do treinador holandês. Pinto da Costa segurou o treinador e, na partida seguinte, o FC Porto recebeu... o Braga de Jesualdo Ferreira. Lucho marcou um golo, mas os minhotos ainda empataram (de penálti, aos 89'). Apesar da perda de mais dois pontos, esse foi o ponto de viragem na época.
Em 2008/09 foi Jesualdo Ferreira a ser "salvo" por El Comandante. Com uma série de três derrotas consecutivas - Dínamo de Kiev, Leixões e Naval -, a equipa foi à capital da Ucrânia jogar o futuro na Liga dos Campeões. Se não vencesse, dizia adeus prematuramente à prova e o professor dificilmente teria condições para continuar. Lucho assumiu as despesas do jogo e conseguiu marcar o golo da vitória em cima do minuto 90, completando a cambalhota no marcador. Na partida seguinte, o FC Porto eliminou o Sporting da Taça de Portugal, em Alvalade, e os portistas embalaram para a conquista do título.
Lucho sairia depois para o Marselha, voltando ao Dragão para ser de novo campeão. Uma vez mais, foi o bombeiro de serviço, ajudando a apagar o incêndio que resultou de uma derrota em Barcelos por 1-3. Os jogadores foram vaiados à saída do estádio e os adeptos pediram a demissão de Vítor Pereira. Uma vez mais, Pinto da Costa segurou o treinador e foi às compras, resgatando o médio argentino a custo zero e ainda contratando o avançado Janko. No primeiro jogo da segunda vida de azul e branco, Lucho marcou ao V. Setúbal, em jogo da Taça da Liga. Até final dessa época, a equipa perderia apenas os jogos com o Manchester City, da Liga Europa, e com o Benfica, da Taça da Liga.