Incendiou o primeiro jogo de preparação. Leonardo Jardim mostrou o seu 4x3x3 com um plantel longe da definição e foi quem está de saída que mais desequilibrou
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O Sporting efetuou ontem o primeiro jogo a sério da sua pré-temporada, ultrapassando facilmente uma frágil equipa do Tourizense, chamada à última hora para substituir o adversário agendado para esta data, o Beira-Mar, mas os quatro golos, surgidos apenas na segunda parte, não contam a verdadeira história deste leão ainda longe de uma definição no que ao seu plantel diz respeito. É que, independentemente da indiscutível qualidade dos muitos miúdos provenientes da sua Academia, foram alguns dos "craques" que estão com um pé fora do clube que providenciaram os desequilíbrios, indispensáveis e cada vez mais raros no futebol dos dias de hoje: Capel partiu a loiça, jogando num ritmo fora do alcance dos colegas e dos jovens do Tourizense, mas também Labyad, cujo vencimento incomportável o coloca na lista de jogadores negociáveis, trouxe uma dinâmica relevante, e proporcionalmente superior à evidenciada na sua primeira campanha em Alvalade.
De resto, há que registar a matriz tática que Leonardo Jardim escolheu para implementar o seu modelo de jogo, um 4x3x3 que pode exibir diversas variantes. O onze que alinhou de início está, porém, bem longe do melhor que o Sporting terá de apresentar em 2013/14, até porque, como é natural nesta fase, estava repleto de jovens que ainda procuraram convencer o técnico de que merecem um lugar no grupo, casos de Fokobo, William Carvalho - pareceu algo pesado -, Wilson Eduardo ou Diogo Salomão. Com essa formação, o domínio foi avassalador, sem grande resistência do Tourizense, mas nunca se transformou em golos, já que a notável condução de jogo de André Martins esbarrou consistentemente no guarda-redes Bruno e no desperdício de Wilson Eduardo.
Para a segunda metade, e já com Capel em campo, foi o regressado André Santos quem, poucos segundos depois do recomeço, abriu as hostilidades e... o caminho da baliza contrária: Capel, sempre ele, ganhou dois penáltis no espaço de dois minutos, converteu o primeiro e deixou o segundo para Labyad bater, com idêntico sucesso.
Com vantagem larga no marcador e novas mexidas que descaracterizaram um pouco a equipa - André Santos jogava como lateral-direito adaptado, face à ausência de alternativas para Cédric, desde que Miguel Lopes e Arias deixaram o clube - foi a vontade de ajudar Cissé a mostrar serviço que mais impulsionou o leão, num desejo que Rinaudo ajudou a concretizar no minuto 90: o argentino, que envergava, então, a braçadeira de capitão, lançou o avançado com um passe perfeito e, este, com alguma sorte à mistura, atirou fechar a contagem.
Qualquer avaliação seria precoce, mas custa pensar que a versão final deste leão se apresente sem alguns dos que fazem a diferença, como é o caso de Diego Capel.