Revela o agente do atleta: o médio perguntou a Leonardo Jardim porque não foi convocado para o Guadiana e o técnico respondeu que se tratava de uma ordem de Bruno de Carvalho. O agente do marroquino reagiu com dureza e não acredita que se trate de medida de natureza disciplinar.
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A decisão está tomada e, até ordem em contrário, Leonardo Jardim não pode utilizar Zakaria Labyad. Segundo afirmou ontem o empresário do médio marroquino a O JOGO, foi por força da indicação expressa do presidente Bruno de Carvalho que o atleta não foi incluído nos 23 escolhidos para disputar o Troféu do Guadiana. O diferendo entre o jogador e a Sporting, SAD relativo ao oneroso vencimento auferido pelo primeiro (aumentou no segundo ano de contrato para dois milhões de euros brutos), acrescido da própria atitude do atleta nos últimos treinos e jogo - que caiu mal no seio do corpo técnico -, terão contribuído para a imposição do líder leonino, que vê os encontros no banco e se mantém próximo do grupo na clara intenção de lhe medir o pulso e a dedicação à causa, como o próprio declarou publicamente (ver caixa em anexo). E este terá registado a pouca vontade denunciada pelo marroquino quando entrou em campo nos derradeiros minutos do recente amigável com o Nacional, em Rio Maior.
Ontem, a comitiva leonina partiu com destino ao Algarve sem o criativo centrocampista, constituindo a grande surpresa da convocatória. Ao aperceber-se de que não iria viajar para o sul do país com os companheiros, Labyad perguntou ao técnico madeirense o que se passava... e obteve resposta. "Leonardo Jardim disse que não tinha nada contra Labyad, mas havia uma ordem do presidente para que não jogasse", conta Marcel Veerman, agente FIFA encarregue da gestão da carreira do camisola 20 verde e branco, que comentou de forma áspera tal medida: "Parece-me uma decisão muito má. Não faz sentido. Se o Sporting alega que não pode ou não quer suportar o salário de Labyad e o quer vender, não devia esconder o jogador e sim exibi-lo, deixando-o jogar, ainda para mais num torneio de verão perante equipas estrangeiras. Sei que o West Ham está à procura de jogadores para o seu meio-campo e o Sporting também deveria saber disso, portanto, acho esta atitude incompreensível."
Marcel Veerman mostrou-se desconhecedor de que a decisão de Bruno de Carvalho configure uma ação disciplinar para com o seu representado e não economizou no tom crítico. "Porque é que o presidente fez isto? Não sei, perguntem-lhe. Não há razão para castigar o jogador. Labyad nada fez de mal e há um contrato por mais quatro épocas que deve ser honrado. Labyad sempre se disse feliz no Sporting e assim continua. Quer ajudar a equipa e afirmar-se. Nunca falou nem agiu contra o clube. O presidente é que está a tomar medidas contra o Sporting", acusou.
Entretanto, o internacional marroquino manifestou-se de modo curioso, em forma de desabafo, na sua conta de Twitter. O médio perguntava ontem, depois de saber que fora excluído da viagem para o Algarve: "O que há para fazer em Lisboa?"