Jesualdo Ferreira tem saída quase certa

A saída do treinador Jesualdo Ferreira no final da temporada é um dado praticamente adquirido. Segundo O JOGO apurou, as diferenças entre o atual responsável pela equipa leonina e a Direção liderada por Bruno de Carvalho mantêm-se, sobretudo no que às competências na estrutura do futebol diz respeito, sendo que Jesualdo Ferreira não abdica da autonomia que pretende ter em aspetos como a formação do plantel, planificação da temporada ou entradas e saídas de jogadores. Este desejo implica necessariamente uma alteração da estrutura previamente idealizada por Bruno de Carvalho. O atual treinador - inicialmente contratado por Godinho Lopes para desempenhar as funções de manager enquanto o belga Franky Vercauteren comandava a equipa -, sabe O JOGO, pretende responder exclusivamente ao presidente eleito a 23 de março, ficando numa posição intermédia entre o líder do clube e os homens do futebol, Augusto Inácio - ainda treinador do Moreirense que irá iniciar funções oficialmente quando terminar o campeonato - e Virgílio Lopes. Em causa não está qualquer antagonismo pessoal.

Ora, face aos pressupostos colocados por Jesualdo Ferreira para se manter em funções, Bruno de Carvalho recusa ceder na opção estratégica que idealiza para a organização do futebol, uma vez que isso significaria não apenas um retrocesso face ao que defendeu na campanha eleitoral, como colidia com os compromissos assumidos com os dois dirigentes que foram trunfos de peso no sufrágio de março passado. É certo que as questões salariais foram completamente ultrapassadas numa primeira fase, mas as ideias opostas entre as partes vão conduzir, ao que tudo indica, à rutura, ainda que uma última tentativa de acordo esteja prevista para o dia de hoje [ver peça à parte], em que dificilmente se verificará qualquer cedência de parte a parte. Outro fator que deve ser tido em conta no processo é a perda de alguma confiança entre os principais intervenientes, que têm vindo a desgastar-se e a acentuar as divergências.