Técnico é fiel às suas apostas: o médio penou durante seis meses, mas recebeu sempre o apoio de um treinador que, garante a O JOGO quem o conhece bem, nunca abandona os seus atletas. Agora, o camisola 10é opção para manter a titularidade no clássico .
Corpo do artigo
Gerson Magrão parecia, há apenas duas semanas, uma carta fora do baralho no que às contas do plantel do Sporting dizia respeito, mas já leva dois jogos consecutivos no onze inicial dos leões e é hipótese séria para a equipa que Leonardo Jardim está a montar para no domingo receber o FC Porto. Isto porque, apurou O JOGO, o treinador do Sporting construiu a sua carreira em princípios dos quais não abdica, um dos quais é a lealdade para com os jogadores que são sua aposta pessoal. O JOGO ouviu quem conhece bem Jardim: Marcelo Caetano Delgado, seu presidente quando orientou o Chaves, e dois ex-jogadores que viveram em primeira mão a filosofia de gestão de recursos humanos que preconiza, Leandro Pimenta e Élio Martins.
Para além dos elogios aos métodos do treinador, as palavras de todos são claras: com Jardim, não há estatutos predefinidos e o papel de cada um fica claro, sempre com explicações apropriadas e injeções de confiança. "No Beira-Mar, houve o caso do Yartey, que em muitos jogos onde era preciso jogar mais na força, jogos mais de luta, como na casa do Feirense ou Oliveirense, ficava de fora. Mas o míster explicava-lhe muito bem o porquê de isso acontecer, conversava com os jogadores de forma individual quase diariamente. Se fosse preciso, já o treino estava a decorrer há um quarto de hora e ele ainda estava à volta do campo a falar com um ou dois jogadores em específico. Fazia-o muitas vezes com o Djamal, que depois foi com ele para o Braga. Com ele, não havia processos disciplinares nem queixinhas ao presidente: se alguém discutia, agarrava nesses jogadores, ia conversar com eles à volta do campo e no fim já era só sorrisos; se fosse preciso, eram eles a pagar o leitão aos colegas, coisas desse género. Às vezes ia para o ginásio conversar com os jogadores; no Sporting, ainda o deve fazer", explica Élio Martins, que Jardim descobriu no Machico, levou para Chaves e não esqueceu quando se mudou para o Beira-Mar. Magrão, já esquecido por muitos, terá agora de provar que merece esta prova de confiança.