Depois de Gomes e Jardel, pode ser o terceiro portista a reclamar o troféu de goleador em temporadas consecutivas
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Dois pontos garantem o FC Porto no play-off de acesso à fase de grupos da Champions e esse é o máximo a que a equipa pode aspirar nas três jornadas para disputar até ao final da época. Depois de, numa semana, o dragão ter sido afastado, com estrondo, da Liga Europa (1-4 em Sevilha) e da Taça de Portugal (1-3 na Luz), não há grandes pontos de interesse para o que resta disputar, mas das formalidades de uma pífia confirmação do terceiro lugar na I Liga sobra ainda uma disputa individual que, valendo de muito pouco, pode animar o FC Porto.
É que Jackson está muito bem encaminhado para fechar a época como melhor marcador do campeonato, repetindo assim o feito alcançado em 2012/13 e tornando-se no terceiro portista da história a revalidar a conquista. Só Fernando Gomes (por duas vezes, em séries de três) e Mário Jardel (quatro temporadas consecutivas) o lograram com a camisola do FC Porto, o que enquadra historicamente o feito de Jackson e lhe dá um relevo maior do que as aparências de uma campanha coletivamente sofrível podem fazer parecer.
Com 18 golos, e ainda assim distante dos 26 do ano de estreia em Portugal, o colombiano ainda leva bom avanço sobre o brasileiro Derley, do Marítimo, que no sábado marcou à Académica e encurtou distâncias. Atrás, bem atrás, surgem Lima (chegou ontem aos 14) e Fredy Montero (que estagnou nos 13 golos à jornada 12, a 8 de dezembro), acompanhado do "sadino" Rafael Martins, que hoje recebe o Braga e pode confirmar o excelente momento que atravessa (oito golos nas últimas oito jornadas).
A vantagem parece, ainda assim, ser mais do que suficiente, tanto que o FC Porto pode agora dar-se ao luxo de jogar declaradamente para o goleador. Foi o que aconteceu, registe-se como curiosidade, em 2009/10, época do último título perdido, quando nas rondas derradeiras a equipa foi alimentando Falcao, em disputa com Cardozo, para uma corrida a dois ganha pelo paraguaio na última jornada (26 contra 25).
Desta feita, a luta está muito menos apertada, mas para Jackson sobra também o desafio de não ser, entre os reis dos marcadores, o primeiro a ficar abaixo das duas dezenas de golos nos últimos sete anos. É que essa é uma marca sucessivamente atingida ou superada desde 2006/07, época em que 15 golos bastaram para coroar o então sportinguista Liedson, que bateu Dady (12) e os portistas Adriano e Postiga (11 cada).
O que Jackson dificilmente conseguirá disfarçar é uma campanha muito menos vibrante do que a anterior. Com mais jogos (47 contra 43), o colombiano regista menos golos (27 contra 31) e golos menos importantes. Nos momentos decisivos, a verdade é que se viu muito pouco do camisola 9.