Colombiano não esteve em crise de golos, mas afinou a mira e está a precisar de menos remates para faturar
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É cedo para garantir a retoma do FC Porto, mas os dois últimos jogos da Liga destapam um Jackson Martínez renovado e de volta aos grandes momentos e ao nível que em 2012/13 surpreendeu toda a gente. Na época de estreia, o Cha Cha Cha fez esquecer a desilusão Kléber ao igualar os índices de Falcao, o último grande ponta de lança da história do FC Porto.
Este ano estava em crise, diziam. Não seria de golos, pois as médias comparadas foram sempre simétricas. Mas de eficácia, sim, como sempre se bateu Paulo Fonseca, apontando constantemente os problemas de finalização e dizendo que, de oportunidades, o goleador não se podia queixar. O treinador estava parcialmente correto. Por comparação com a média da época anterior, sim, Jackson estava bem abaixo, mas nos períodos homólogos não: até à décima jornada, apenas menos um golo no mesmo número de remates.
Mas o Braga e o Rio Ave ajudaram-no a voltar a disparar para índices mais próximos daqueles a que nos habituou, o que equivale a dizer que parte da retoma do FC Porto se explica com a fase mais assertiva do avançado. Jackson fez três golos em seis remates, ofereceu a vitória contra os arsenalistas (bisou nos 2-0) e desencravou o empate em Vila do Conde. Ou seja, apresentou uma eficácia altíssima (50%), muito acima, até, daquilo que os grandes pontas de lança do futebol mundial costumam fazer. É claro que o colombiano não pode manter tal eficácia, mas os dois jogos bastaram para que a média geral da época subisse novamente e o aproximasse dos 21% de eficiência da época anterior; agora vai em 16%. Ainda abaixo, é certo, mas já bem melhor do que os 13,4% que apresentava antes destes últimos desafios.
Para o leitor, os valores podem parecer muito próximos e, portanto, pouco significativos. Mas vamos esclarecer que raramente um avançado apresenta uma eficácia média superior a 33%, dizem alguns estudos feitos na área. Ou seja, um golo a cada três remates. No caso de Jackson, podemos dizer que em 2012/13 precisava de rematar cinco vezes para conseguir marcar um golo. Antes desta série que o aproximou de Montero, o também colombiano que é melhor marcador do campeonato, precisava de 7,5 remates, bem mais, portanto, do que na temporada transata. Agora precisa de cerca de seis, o que já é bem mais parecido com os níveis a que nos habituou e promete uma subida de forma que o treinador e, essencialmente, a equipa agradecem.