Aparição de Jackson, estreia de Quintero. Exibição pálida dos tricampeões, sem frescura nem imaginação para contornar um Celta que já parecia ensaiar a luta pela permanência. Sem um agitador, o FC Porto agarrou-se às soluções que conhece de cor.
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A primeira amostra do novo FC Porto em Portugal exige contra-análise. Se a digressão internacional acumulou bons indicadores, o regresso a casa mostrou uma equipa à imagem do golo que salvou a festa: fora de jogo. Jackson picou o ponto para dar expressão à boa entrada dos dragões, mas a frescura evaporou-se e do futebol repleto de soluções que se viu nos anteriores particulares não sobrou mais do que um ou outro sopro individual.
Se o conceito de apresentação for levado à letra, o que ontem se viu no Dragão foi um embuste, porque ninguém saiu do estádio com a mínima noção de como será ou pretende ser o FC Porto de Paulo Fonseca. Sobraram as pistas para o primeiro onze, porventura, mas só traços muito ténues sobre as ideias de jogo que ganharam contornos nos anteriores encontros de preparação.
Os dragões até podem passar a fatura ao facto de terem jogado na Colômbia, a 2600 metros de altitude, menos de quatro dias antes, com viagem transatlântica e salto entre fusos horários pelo meio. O argumento colhe, mas não encerra em si todos os alertas que o FC Porto ontem deixou, sobretudo ao nível da consistência defensiva, muito questionada pela segunda parte de um Celta ao qual Luis Enrique parece estar a aplicar um processo de "jaimepachequização". De facto, a linha de cinco defesas dos galegos é do mais rudimentar que se pode imaginar para um treinador com escola de Barcelona, mas que ontem se apresentou no Porto como se se estivesse a salvar de uma descida de divisão.
Um Celta tão entrincheirado exigia um adversário mais fresco. De pernas e de ideias. O pouco que se viu de ambas esgotou-se num quarto de hora, mas é justo reconhecer que esse período existiu.