Primeiro treino tático aberto da época mostrou um meio-campo que nunca se desfez. O treinador já o tem na cabeça e tenta agora comprovar que o mexicano é a alternativa ideal ao português que saiu para o Mónaco.
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Paulo Fonseca já tem o meio-campo na cabeça: Fernando, Herrera e Lucho. Leu bem. Não há surpresas. O mexicano é mesmo, em primeira instância, o substituto de João Moutinho. Já o era no plano teórico, passa desde ontem a sê-lo na prática. É óbvio que ainda estamos numa fase muito prematura e o jogo de hoje até pode mostrar um tridente diferente. Mas a insistência do treinador em agregar o trio foi evidente durante toda a sessão de ontem, a primeira do estágio holandês. Agora vão ser ensaiados até ao limite, para o futuro assegurar que Moutinho não deixa saudades.
Num treino que foi completamente aberto a jornalistas e adeptos, Fonseca exigiu múltiplas linhas de passe e insistiu na pressão instantânea no primeiro momento de construção do adversário, desde que esse comece pelos centrais. "Pressão só quando a bola chegar aos centrais", insistiu, motivando os jogadores a chegarem-se à frente nesse imediato momento. "Vamos chegar-nos à frente e jogar a pressionar", repetiu exaustivamente. Os jogadores foram respondendo na medida do possível, primeiro num jogo de 11x11 sem balizas, depois com, mas em ambas as situações em campo reduzido. Com 25 jogadores de campo disponíveis, os primeiros três a ficarem de fora foram os dois mexicanos e Tiago Rodrigues. O plantel foi-se revezando, mas, depois de Herrera entrar, o tal trio nunca mais se desfez. Defour, Tiago Rodrigues, Castro, Carlos Eduardo e Josué foram alternando na segunda equipa.
Se Paulo Fonseca confirmar no futuro este esboço inicial, Defour volta a ficar relegado para segundo plano e sem direito ao destaque e à utilização que durante as férias pediu com insistência. Ontem foi sempre trinco, o que não surpreende, na medida em que, para as posições 8 e 10, há mais opções.
Para que esta seja a versão final do miolo do dragão, faltam várias semanas de experimentação e, já agora, de definições. Fernando continua na boca do mercado e até Lucho foi associado ao Internacional de Porto Alegre. Sendo seguro que o argentino fica, Paulo Fonseca não quer, também, perder o brasileiro; pelo que Fernando representa e porque, com o Polvo atrás e El Comandante à frente, é muito mais fácil Herrera encaixar e assegurar uma transição que foi antevista como complicada.