Estar na fase final do Europeu de sub-17, que arranca esta semana no Azerbaijão, é "importantíssimo" para o projeto federativo, que este ano se joga em quatro frentes e legitima toda a ambição
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Fiel ao hábito criado pelas seleções jovens nos últimos anos, os sub-17 de Portugal apuraram-se para o Europeu do Azerbaijão sem derrotas, com um empate e três golos sofridos em seis jogos. A fase final arranca depois de amanhã e o selecionador Hélio Sousa promete mais uma amostra dessa qualidade que cresce em Portugal, num esforço da Federação Portuguesa de Futebol e dos clubes condenado ao sucesso.
O que é legítimo pedir aos sub-17, neste Europeu?
-Creio que é legítimo pedir o que temos feito nos apuramentos anteriores, e mesmo na preparação. Temos sido muito competitivos e cada vez mais consistentes na qualidade de jogo, mais eficazes: sofremos dois golos na Ronda de Elite e um na primeira fase de apuramento. Vamos entregar-nos, em cada jogo, cientes da nossa identidade, das nossas capacidades, sabendo que apanhamos adversários muito complicados, que apresentarão problemas diferentes, mas conscientes de que podemos vencer cada desafio, e isso poderá levar-nos à fase seguinte, que é a eliminar. É importantíssimo estarmos lá.
Esta equipa corresponde a essas expectativas?
-Tem apresentado qualidade, compromisso, competitividade, espírito de sacrifício, entrega, solidariedade, enfim, uma quantidade de predicados que nos leva a pensar que estamos no bom caminho, que o crescimento tem sido bom, consistente. Durante este processo, têm aparecido mais atletas com qualidade para estar neste espaço: em sub-17, já conseguimos fazer quase mais 30 internacionais, este ano, por mérito dos jogadores, do trabalho desenvolvido nos clubes, que lhes têm dado excelentes condições, e nós temos sido capazes de potenciar essa quantidade em qualidade.
Nos últimos anos, todas são grandes equipas. Como lidam com isso? Há pressão?
-Têm um prazer enorme em competir, em jogar contra os melhores, em viver experiências únicas, que os tornarão mais fortes. Têm convivido naturalmente com isso. Este ano até tivemos um momento menos conseguido, com a Alemanha [derrota, por 5-0], no Torneio do Algarve, e perceberam perfeitamente que foi apenas um jogo, que continuávamos competentes em muitos indicadores e que noutros tínhamos mesmo de dar um passo em frente. Fizemo-lo na Ronda Elite.
Vai dizer-lhes que já merece um título?
-Com todo o investimento dos clubes e da Federação, o facto de Portugal estar, regularmente, nestas fases finais competitivas deixa-nos cada vez mais perto disso. Este ano, estaremos presentes em sub-17, sub-19, Olímpicos e AA e aumenta a probabilidade de, numa destas competições, conseguirmos um êxito. Temos tido muitas vitórias no processo e a possibilidade de dar experiências competitivas únicas aos nossos jogadores, mas um título de uma destas seleções nacionais seria um bocadinho o certificar de todo o trabalho que está a ser desenvolvido por um país.
Vê alguma delas mais perto de lá chegar?
-Todas têm competência para vencer seja com quem for. Depois, é questão de, naquele dia e naquele momento, conseguir demonstrá-lo e ser mais forte nos momentos decisivos para conseguir essas vitórias graduais que podem levar a uma grande vitória numa competição dessas.