Num duelo de invencíveis, ninguém espere um Atlético ao ataque, avisa Beto, guarda-redes do Sevilha. Para inventar espaços, duas dicas
Corpo do artigo
Um teste aos nervos do dragão. É isto que Beto, guarda-redes do Sevilha, prevê para o jogo de amanhã. O internacional português perdeu em casa com os colchoneros, mas deixa dicas que resultam da lição que levou. Se é uma receita para ganhar ao Atlético de Madrid que se procura, não há, esta época, quem possa cedê-la a Paulo Fonseca, mas Beto tirou a pinta a esta retocada equipa. "Eu acho que até está mais forte sem o Falcao, por estranho que possa soar. O que vejo é um Atlético mais homogéneo e harmonioso", elogia, traçando-lhe o perfil. "Uma equipa à imagem do treinador. É agressiva e organizada, está sempre à procura dos erros do adversário e nunca gosta de assumir os jogos. Defende muito bem, como um bloco, e sai com rapidez para o ataque. Como o ADN do FC Porto é controlar os jogos, eu prevejo um Atlético confortável", antecipa. Assim, como ameaçar essa comodidade espanhola? "Não é impossível. As marcações são muito rígidas, os jogadores respeitam-nas de forma muito disciplinada e, como tal, é preciso mexer com elas. Penetrar nas costas é uma possibilidade, e isso apela aos alas, mas é preciso descortinar espaços e, aí, os génios de jogadores como Lucho e Quintero têm de aparecer. A qualidade que o FC Porto for capaz de ter no último passe será decisiva", desmonta Beto.
Ganhar à equipa que não perdeu com o Barcelona (dois jogos a contar para a Supertaça) e que ganhou no Santiago Bernabéu pode parecer o cabo das tormentas. Dobrá-lo exigirá talento, mas também determinação, qualidade na qual o Atlético é praticamente invencível. "É uma equipa muito perigosa e eficaz, superorganizada e que bate muito. Na minha opinião, o Atlético abusa da agressividade e isso nem sempre é castigado, mas o FC Porto deve contar com esse espírito", sintetiza.
Descritos desta forma, os colchoneros parecem uma equipa de trincheiras, mas atenção às conclusões: a média de golos marcados neste arranque de temporada é de 2,3 golos por jogo! É certo que Diego Costa não joga no Porto, mas Villa é um avançado com tarimba e a estratégia para as bolas paradas é fortíssima. "É algo que algo que o FC Porto também deve tentar aproveitar em seu favor. Não prevejo um jogo aberto, por isso tudo conta", finaliza o guarda-redes.