António Salvador não gostou da exibição na Luz e pediu uma reflexão interna. Treinador preferiu desdramatizar
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No dia que se seguiu à eliminação da Taça da Liga, António Salvador acompanhou Paulo Fonseca nas críticas à arbitragem do jogo com o Benfica, mas fez também questão de exigir uma "reflexão interna" para "corrigir" os erros cometidos pela equipa. O treinador respondeu ontem, em conferência de Imprensa, às declarações do presidente do Braga. "A reflexão é feita todas as semanas, independentemente do resultado. Mas fiz uma interpretação diferente da vossa relativamente às declarações do presidente. São palavras de alguém com uma enorme ambição, mas também são palavras de uma pessoa que esteve sempre connosco, nos bons e maus momentos", apontou.
Apesar disso, Fonseca reconheceu que a equipa atravessa, em termos de resultados, o "pior momento da época", admitindo que o afastamento das competições europeias e a estabilidade classificativa no campeonato pode, "inconscientemente", ter condicionado os jogadores, que se focaram apenas nos jogos da Taça da Liga e de Portugal. "Mesmo assim, quero reforçar uma ideia: só fiquei insatisfeito com a equipa no jogo em Paços. De resto, mesmo quando não ganhámos, fomos sempre fiéis aos nossos princípios."
Mas, afinal, a que se deve esta quebra nos resultados? Fonseca recorreu aos resultados alcançados esta época para responder a esta questão. "Não vou varrer o lixo para baixo do tapete. Estamos na pior fase da época, mas no início da temporada traçámos objetivos que estão perto de ser cumpridos. Dissemos que queríamos ficar nos quatro primeiros; apontámos ainda para o apuramento na Liga Europa e chegámos aos quartos de final depois de termos garantido o primeiro lugar no grupo com um recorde de pontuação. Falámos também em ir o mais longe possível nas taças, apontando à final do Jamor. A tudo isto, junta-se a revolução que fizemos no plantel: entraram 14 jogadores novos, em virtude das muitas saídas, e promovemos elementos da equipa B. Para além disto, conseguimos algo que me deixa muito orgulhoso, a satisfação dos adeptos pela forma como jogamos. Estamos na pior fase, mas muito perto de cumprir todos os objetivos propostos", explicou.
Por tudo isto, sobra a dúvida: afinal, por que motivo António Salvador criticou a equipa? "Nunca senti focos de instabilidade e o presidente tem estado sempre connosco. Aqui, nunca vi alguém dizer "eu ganho, nós empatamos e eles perdem". Por vezes, as análises fazem-se em função dos resultados, mas eu, enquanto treinador, tenho de fazer uma análise geral, mais cuidada e equilibrada. E se concordássemos sempre, isto também era uma chatice. Não temos de concordar sempre. Vivemos em democracia e podemos ter opiniões diferentes", rematou.