Plantel folgou ontem, mas Pinto da Costa reuniu com o treinador. Certa é a presença de Fonseca esta manhã no Olival, mas nem isso obsta a que o técnico possa ter as horas contadas. Entre hoje e amanhã, define-se...
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Pinto da Costa cedeu na decisão de levar Paulo Fonseca até ao final da temporada e as próximas horas deverão reservar novidades quanto à equipa técnica dos dragões, mas não a tempo de produzir alterações já visíveis esta manhã, no Olival, no regresso do plantel aos trabalhos. Resumidamente, foi isto que saiu de uma segunda-feira agitada e marcada pelo encontro entre Pinto da Costa e o treinador, no qual o presidente voltou a vincar o desejo de que não houvesse alterações na liderança da equipa. Fonseca, por sua vez, sublinhou o desgaste acentuado, a noção da perda de influência sobre o balneário, a dúvida sobre a capacidade de inversão do ciclo negativo e, não menos importante, um enorme desconforto pessoal e familiar. As últimas semanas foram traumáticas e fragilizaram imenso o treinador, que propôs a saída por mais do que uma vez, contando sempre com a oposição de quem o elegeu para o cargo.
A questão, porém, é que a leitura de Pinto da Costa perdeu "adeptos". Desde logo, o próprio treinador. Depois, o balneário, onde Fonseca tem casos muito delicados para gerir, sem que se vislumbre como. Mudança é que o pede também a esmagadora maioria da estrutura dirigente e, já agora, os adeptos, que têm vindo a contestar cada vez mais a liderança técnica, com esse ruído a conhecer o auge aquando do último jogo em casa, marcado pela derrota com o Estoril, a primeira para o campeonato em cinco anos e meio.
Tudo isso foi abordado na reunião de ontem entre presidente e treinador, não totalmente conclusiva, ao ponto de ter ficado decidido que será ainda Paulo Fonseca a dirigir o treino desta manhã. O cenário, porém, conheceu desenvolvimentos e a saída está, reforça-se, em cima da mesa, tal como o nosso jornal também já adiantou na edição de ontem. Impera, porém, o sentido de urgência na tomada de decisão, pelo que é seguro que, entre hoje e amanhã, ou vai ou racha. Esta madrugada, à hora do fecho, as informações apontavam claramente no sentido da mudança no comando técnico, sendo aqui prematuro apontar qualquer nome.
Com o tetracampeonato (definitivamente) comprometido, há quem pense que a época portista está perdida. Essa não é, porém, a teoria que vinga na SAD e isso tem sido defendido junto de Pinto da Costa. Para além da frente europeia, sempre digna de aposta, o duplo confronto com o Benfica nas taças nacionais é visto como uma guerra que importa ganhar, tanto para criar ruído sobre a possível conquista do campeonato pelas águias, como pela necessidade de gerar uma onda que o plantel possa navegar no ataque aos troféus maiores em 2014/15. Importa, ainda, defender os lugares de acesso à Liga dos Campeões (o Estoril está a quatro pontos), fundamentais tanto pelo prestígio desportivo como pela saúde financeira.
Tudo isso concorre para que impere a ideia, agora mais aceite por Pinto da Costa, de que a mudança técnica é importantíssima, não só pelos potenciais ganhos, como também para minorar as perdas. Entre hoje e amanhã, recupera-se, deve ser dada a resposta para os problemas identificados.