Vasco desceu depois de cenas de violência. Pior propaganda possível para o Mundial. Adeptos do Atl. Paranaense e do emblema carioca desataram à pancada e interromperam o jogo aos 17'. Furacão goleou por 5-1
Corpo do artigo
A última jornada do Brasileirão ficou ontem marcada por cenas de extrema violência no encontro entre o Atlético Paranaense e Vasco da Gama, que terminou com a queda do emblema carioca à Série B após ter sido goleado por 5-1. Aos 17', numa altura em que o Furacão já vencia por 1-0, adeptos de ambas as equipas aproveitaram a ausência de uma separação entre as claques e envolveram-se numa cena de pancadaria que resultou em quatro feridos graves que, tendo em conta a violência das agressões, tiveram muita sorte em sobreviverem.
As brutais agressões duraram até à intervenção de um batalhão de choque da Polícia Militar que estava... fora do estádio e a situação só foi controlada com recurso a bombas de gás lacrimogéneo e mais violência. O tumulto deixou os jogadores em choque - alguns deles choraram enquanto pediam, em vão, para os adeptos terem calma - e provocou a interrupção da partida durante uma hora e dez minutos. Por entre a confusão, Aurélio Peralta, vice-presidente do Vasco, chegou a falar num adepto morto, mas, de acordo com a Imprensa brasileira, o caso mais grave acabou por um traumatismo craniano registado num adepto do Atlético após ter sido pontapeado na cabeça.
Após as cenas que representaram a pior propaganda possível para um país que está a pouco mais de seis meses de receber o Mundial, as autoridades dedicaram-se ao "jogo do empurra" em relação à inexplicável ausência de policiamento no interior da Arena Joinville, estádio escolhido pelo Atlético para jogar, após o seu próprio estádio ter sido interditado por violência entre adeptos. A Polícia Militar defendeu-se ao revelar que a segurança do evento estava a cargo de seguranças privados (cem para cerca de dez mil adeptos) por ordem do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, enquanto esta última entidade revelou a fotocópia de um contrato onde a direção do Furacão se responsabilizou por todas as questões relativas à segurança do evento.
Certo é que o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já prometeu um inquérito aos incidentes. "Eu já tinha dito que alguém podia morrer num estádio do Brasil. Vamos denunciar os dois clubes", garantiu Paulo Schmitt, presidente do organismo.