Frente a um Gil Vicente demasiado suave, o Benfica fez o pleno de vitórias na Taça da Liga e só falhou a goleada por mérito de Adriano. Jesus bateu o seu recorde de portugueses e deu mais espaço à "cantera"
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O Benfica venceu por 1-0, mas até podia ter esmagado, tantas foram as oportunidades e ameaças de golo à baliza do Gil Vicente. E muitas surgiram nos últimos minutos, depois de Jorge Jesus lançar três miúdos da "cantera". E pela pequena amostra, estes nem precisam de nascer dez vezes, como o técnico encarnado chegou a referir, a propósito da saída de Matic. Bernardo Silva, Hélder Costa e João Cancelo entraram de prego a fundo e, numa equipa a carburar em pleno, fruto da inspiração de André Gomes (na estreia a titular esta época, fez por justificar mais oportunidades) e Rúben Amorim, mostraram que há razões para reforçar a aposta, como Luís Filipe Vieira tanto tem prometido. O Benfica acabou o jogo com um ataque formado por jogadores da equipa B - Ivan Cavaleiro e Hélder Costa nas alas, com Bernardo Silva atrás de Funes Mori - e não teve dificuldades para continuar a massacrar um Gil Vicente que foi demasiado suave.
De surpresa do campeonato, a formação orientada por João de Deus começa a ameaçar ser um dos candidatos à descida e ontem não conseguiu chegar perto da baliza encarnada. Com as linhas muito recuadas, o Gil Vicente não fez um único remate, não aproveitando sequer o "facilitismo" de Jesus, quando este lançou mais duas estreias na equipa principal, algo inacreditável para uma equipa da primeira divisão, e foi completamente dominado pelo Benfica, que acabou com... 78 por cento de posse de bola.
Com o apuramento para as meias-finais garantido, o técnico encarnado prescindiu das suas principais figuras, deixando-as a descansar, e alterou por completo o onze em relação ao triunfo frente ao Marítimo. Jesus lançou pela primeira vez desde que assumiu o comando do Benfica sete portugueses no onze - chamando mais cinco para o banco de suplentes - e, bateu assim o seu recorde, de seis lusos na equipa inicial, que datava já do início de 2009/10. A segunda linha não perdeu desta feita a oportunidade concedida e assumiu o jogo do início ao fim.
Depois de alguns minutos para começar a engrenar (quem não conseguiu aproveitar a oportunidade foi Djuricic, que parece ainda algo deslocado na estratégia encarnada), a equipa não mais parou de causar constantes ameaças na defesa gilista e, sem problemas, acabou por vencer, alcançando o pleno de vitórias na fase de grupos da Taça da Liga, depois de derrotar Nacional e Leixões. E, voltando a demonstrar o bom momento defensivo, o conjunto encarnado terminou esta fase com zero golos sofridos. O Benfica leva já sete partidas consecutivas sem conceder qualquer golo, e nem mesmo as muitas alterações que Jesus tem promovido - neste período passaram pela baliza Oblak, Artur e Paulo Lopes - afetaram o sector mais recuado, que ontem teve a vida facilitada pela falta de agressividade atacante do Gil Vicente.