Selecionador sérvio juntou os dois médios no onze titular e a dupla mostrou um entrosamento de longa data que terá agora extensão quando ambos voltarem à Luz
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Mihajlovic deu ontem o pontapé de saída na revolução que está planeada no Benfica para quando voltarem as competições internas. O selecionador sérvio juntou Fejsa e Matic como médios mais centrais da equipa no duelo com a Croácia e a dupla que Jorge Jesus, como O JOGO noticiou na edição de anteontem, também tenciona lançar em simultâneo nos encarnados combinou quase de olhos fechados, fornecendo assim boas indicações para a sua potencialização na Luz.
É certo que o resultado final, um empate a uma bola que afasta desde já a Sérvia do Mundial do Brasil, não foi o desejado para as cores da casa, mas a avaliação do desempenho de Fejsa e Matic à luz das necessidades do Benfica justifica a aposta que está prevista a curto prazo e que incluirá também a derivação de Enzo Pérez para a direita e as entradas de Markovic para a esquerda e Cardozo para o ataque, com Lima no apoio. Os dois médios jogaram lado a lado e mostraram bom entrosamento, o que também se explica pelo facto de, no seu currículo pessoal, constar agora um total de dez parcerias.
Jorge Jesus não será obrigado a adaptações ou reformulações em termos de posicionamento porque, na realidade, os dois médios já alinham em conjunto há muito tempo. Limitando a análise aos jogos de sub-21 e equipa principal, Fejsa e Matic jogaram juntos numa dezena de jogos, seis deles pela seleção jovem, e sempre na condição de titulares - o primeiro como trinco e o segundo na posição 10 -, mais três vezes na formação A, duas delas de início e outra com entrada em simultâneo. Aliás, esta ligação de longa data e tendência para ter repetição na Luz ficou bem expressa em vários pormenores quase extrajogo, pois ambos os jogadores subiram juntos ao relvado, no início e no intervalo, sempre a conversar, e até na formação antes do primeiro apito do árbitro estavam... lado a lado.
Quanto ao seu rendimento em jogo, Mihajlovic juntou ontem pela terceira vez Fejsa e Matic no onze inicial, com uma particularidade em comparação ao passado nos sub-21. Na equipa principal, os dois médios alinharam sempre, como neste jogo, lado a lado no miolo do terreno e com as mesmas indicações específicas, com o ex-Olympiacos posicionado mais à direita e com ordem para não avançar quando Matic subia ao ataque, valendo também o inverso. Em qualquer dos casos, e ontem isso foi bem visível, o raio de ação de Fejsa é sempre menor do que o do seu companheiro de sector.
A reativação desta dupla só foi possível pelo fim do diferendo entre o selecionador e Matic, que voltou à sua seleção cerca de um ano depois ter sido titular na derrota com a França, ao lado de... Fejsa, jogo em que ambos saíram aos 60'. Certo é que a sexta internacionalização do cobiçado médio encarnado não correu de feição para a Sérvia. Embora se tenha assumido como o principal organizador de jogo da equipa, particular em que até apresentou um bom rendimento, com boas aberturas, principalmente à distância, acabou por ser expulso com dois amarelos escusados (68' e 75').
A seu lado alinhou Fejsa, um jogador que os adeptos encarnados ainda não viram em ação, até porque foi apenas convocado para o último jogo, o dérbi com o Sporting, mas acabou por ser excluído dos 18 finais e viu a partida da bancada. O reforço mostrou capacidade de recuperação de bola, boa leitura de jogo em termos de posicionamento e compensações e uma apreciável capacidade física, que lhe permitiu manter um ritmo elevado durante todo o encontro. Não é claramente um médio criativo e construtor de lances ofensivos, funciona antes como um jogador que assegura os equilíbrios da equipa.