Defesa português do Charlton vê o Benfica a festejar o título no fim da temporada. Em todo o caso, e apesar dos elogios a Vitória, ainda considera que Jorge Jesus é "o melhor treinador em Portugal"
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Hoje no Charlton, a lutar pelo reconhecimento de clubes da Premier League, Jorge Teixeira cumpriu praticamente toda a formação no Sporting, mas a estreia nas ligas profissionais deu-se no Fátima, pela mão de Rui Vitória. Desses tempos, o central recorda um técnico "fervorosamente benfiquista" e amante do bom futebol, e já o vê a saborear o primeiro título nacional da carreira.
Como era Rui Vitória no Fátima, na já distante época de 2007/08?
-Já na altura era um grande benfiquista, só falava do Benfica! [risos] Sempre foi um treinador que privilegiava a posse de bola, gostava de jogar bonito e tinha um estilo ofensivo, e é isso que tem estado a mostrar no Benfica. A equipa demorou a entrar nos eixos, mas agora está a jogar muito bem, a marcar muitos golos, mesmo com muitas lesões e castigos em vários jogos. Continua a rodar as opções e a jogar o mesmo bom futebol - isso é tudo mérito dele.
Acredita num Benfica campeão com Rui Vitória já esta época?
-Sinceramente, sim. Acho que o Benfica será campeão, embora o facto de continuar na Liga dos Campeões possa vir a pesar. Mas a luta vai ser até ao fim com o Sporting, até ao último jogo. O FC Porto está fora.
Esteve atento ao dérbi de Alvalade?
-Sim, e fiquei surpreendido com o desfecho, até porque Jorge Jesus tinha ganho os três jogos anteriores com o Benfica. Pensei que, com a possibilidade de aumentar ainda mais a vantagem, o Sporting não ia facilitar...
Nesse aspeto, Jorge Jesus desiludiu-o?
-Não, continuo a achar que o Jorge Jesus é o melhor treinador em Portugal. Com ele, o Sporting está no bom caminho. Mesmo que não seja campeão, tem o mérito de ter posto novamente o Sporting nos eixos, a lutar pelo título. Comparado com o passado recente, o Sporting está muito, muito melhor. Hoje já mete respeito.
Depois de ser treinado por Rui Vitória no Fátima, experimentou as ligas de cinco países: Chipre, Israel, Suíça, Itália e Bélgica. Agora está no Championship, de Inglaterra. Como foi parar ao Charlton?
-Fui sempre titular no ano e meio que estive no Standard, mas ultimamente sentia que a Direção e a equipa técnica não contavam comigo. Entretanto surgiu a proposta do Charlton, cujo dono [Ronald Duchatelet] foi o presidente do Standard na época passada, tal como o treinador [José Riga]. Pagaram 500 mil euros por mim, deram-me um contrato de quatro anos e meio e assinei, a pensar no futuro.
Como assim?
-O Championship é um campeonato que abre portas: claro que tenho a perspetiva de, se estiver bem neste meio ano, poder dar o salto para a Premier League no fim da época. Aqui, a visibilidade é diferente de estar na Bélgica; estou mais perto de chegar a uma equipa de maior ambição. Além disso, toda a gente me disse coisas boas do clube: é um clube histórico em Inglaterra. Foi um risco com ambição.
Para já fez o pleno: titular nos 11 jogos...
-Cheguei a uma quarta-feira, fiz dois treinos e joguei no sábado. Nem conhecia a equipa. Mas este futebol adapta-se muito mais ao meu estilo: muita luta, muito contacto físico, intensidade, ritmo. Aqui dão tudo por cada bola! É tudo muito rápido.
Mas está a gostar?
-Claro que sim, bastante. Muito mais do que, por exemplo, a Serie A [jogou no Siena em 2012/13]. Só tenho pena de não ter chegado antes a um campeonato destes. Os adeptos não me conheciam bem, mas têm gostado do que eu tenho feito, das minhas exibições. A revista oficial do clube até já me comparou ao Jorge Costa [jogou no Charlton em 2001/02].