O guardião do Sporting revela a O JOGO como encara o desafio 250, que pode ser o último em Alvalade, mas prefere não assumir a saída.
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Rui Patrício fará amanhã o 250º jogo com a camisola do Sporting, provavelmente o último em Alvalade, tal é a probabilidade de uma transferência no defeso, e revela a O JOGO como encara este final de época. Não assume a saída, para não perder o foco num objetivo em que ainda acredita, e mostra gratidão, ao atribuir boa parte do seu sucesso ao apoio do treinador que o lançou.
Sete épocas (a primeira como terceiro guarda-redes, ainda júnior), 250 jogos oficiais pelo Sporting. Que significado tem para si esta marca? Quais foram os momentos inesquecíveis, as suas três melhores defesas e o avançado mais chato que defrontou?
O sentimento por chegar aos 250 jogos é de enorme orgulho. Represento o clube que amo e isso cria-me uma grande satisfação. Foram muitos os momentos inesquecíveis e que me marcaram para sempre. Mas neste momento não posso deixar de referir que o que mais me marcou foi, sem dúvida, a minha estreia na baliza do Sporting. Quanto às melhores defesas é difícil eleger uma. Foram muitos jogos, muitos bons momentos e também menos bons mas foram com toda a certeza um contributo fundamental para o meu crescimento como jogador. O avançado mais difícil, entre muitos e bons que tive pela frente, elejo Falcao.
A ideia é unânime: se Paulo Bento não tem sido teimoso, muito provavelmente Rui Patrício hoje não estava onde está e como está, e nem era o titular da Seleção Nacional. Como é que sobreviveu a assobios e críticas? Alguma vez pensou em desistir?
Quando falamos de Paulo Bento ele foi, com toda a certeza, o principal responsável por estar onde estou. Não falo de teimosia mas sim na coragem de apostar num jovem guarda-redes e de o manter como titular em momentos em que foi muito criticado. Agradeço-lhe a oportunidade que me deu e penso que correspondi com toda a entrega e dedicação que todos os jogadores devem ter quando representam um clube com a dimensão do Sporting. Nos momentos menos bons não posso dizer que me tenha sentido injustiçado, mas houve alturas que foram difíceis de ultrapassar para um jovem como eu era. Nesses momentos concentrei-me na minha carreira, no trabalho e na ambição que tinha de me manter como titular da baliza do clube que amo.
Como é que encara os seus próximos dois jogos pelo Sporting? Vê-os como uma despedida inevitável em face, também, dos problemas financeiros que o clube tem para resolver?
Os próximos jogos do Sporting são para vencer. É com esse espírito que todo o grupo está a trabalhar e que vai entrar em campo. Se é ou não um fim de um ciclo não é o momento para falar sobre isso. Estou concentrado nos jogos com o Olhanense e com o Beira-Mar. Queremos vencê-los.
O Sporting depende de terceiros para garantir uma vaga na Liga Europa. Que mensagem deixa aos sócios e adeptos do clube nesta ponta final de campeonato?
Que acreditem até ao fim e que nos apoiem como sempre têm apoiado. Da nossa parte podem contar com entrega e dedicação total para vencer os dois últimos jogos da Liga.
