Djuricic abre o caminho. Sérvio reclamou, jogou e marcou cedo num jogo em que o Benfica foi sempre dono e senhor, porque mostrou ter mais qualidade que o opositor
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Com Jorge Jesus ao leme, o Benfica nunca entrou a perder na fase de grupos da Liga dos Campeões, mas também apenas por uma vez, na sua primeira época, logrou dar um passo vitorioso na estreia na competição. Voltou agora a repetir o feito, num jogo em que foi de novo um sérvio, Djuricic, a desbravar o caminho para uma vitória sem contestação e conquistada com uma entrada fulminante e uma exibição de peito feito perante um adversário demasiado frágil nos processos defensivos e sem rotações para quebrar a engrenagem encarnada.
Dizia o capitão do Anderlecht que lhes sorriu o sorteio por ser o Benfica a equipa menos forte do pote dos cabeças de série, o que motivou resposta do técnico dos encarnados, palavras que a sua formação tratou de passar aos atos. E foram, de facto, os encarnados a única formação a mostrar fluidez de jogo, capacidade de desequilíbrio e acutilância ofensiva, perante um adversário que mostrou falta de experiência na prova e alguma inocência, própria da juventude da sua equipa, na abordagem ao jogo, vendo-se atada de pés e mãos durante grande parte do encontro.
Jorge Jesus mexeu no onze e, comparando com as opções lançadas ante o Paços de Ferreira, colmatou a ausência do lesionado Rúben Amorim com a estreia de Fejsa a titular e deixou Maxi Pereira e Lima de fora, lançando André Almeida e o "crítico" Djuricic, o mesmo que na última semana reclamou pela escassa utilização. O ex-Heerenveen teve a sua oportunidade e tratou de a tentar agarrar o mais depressa possível, mesmo que tenha voltado a ser utilizado como 9,5, posição definida pelo treinador, no apoio próximo a Cardozo.
Se John van den Brom já havia salientado o poderio atacante das águias, mais convicto terá ficado quando assistiu à entrada a todo o gás do Benfica, consolidada com um golo logo aos 4', o mesmo minuto em que o Paços de Ferreira também foi batido no último jogo na Luz. Embora Djuricic tenha aproveitado uma defesa incompleta de Proto, a vantagem madrugadora no marcador justificava-se pela forte pressão encarnada sobre o meio-campo, consequência da enorme capacidade revelada por Fejsa para estar... em todo o lado. Justificava-se ainda a vantagem pela velocidade que Enzo Pérez e Markovic davam nas alas, aliado às brechas que as deambulações de Cardozo provocavam no setor recuado visitante.
Mesmo que a equipa tenha levantado um pouco o pé depois da primeira dezena de minutos, o Anderlecht estava de tal forma asfixiado e encolhido no seu meio-campo, que raramente o desamparado Mitrovic teve jogo para colocar em sentido os centrais encarnados. Pelo contrário, assim que o Benfica voltou a carregar no acelerador criou situações de apurou e ampliou mesmo o marcador, com Luisão a dar expressão ao domínio intenso das águias, que estiveram mais perto de deixar o seu adversário completamente KO.
O treinador do Anderlecht optou por soltar algumas amarras da equipa na entrada para a segunda parte e lançou em campo o extremo Acheampong, um jovem jogador que assumiu as despesas ofensivas da equipa e, a espaços até à entrada de Maxi Pereira, obrigou os encarnados a trabalho mais apurado. Passou a formação visitante a jogar com dois pontas de lança - Suarez deixou a esquerda e juntou-se a Mitrovic -, mas o Benfica não perdeu o equilíbrio, sempre resultante da atuação de... Fejsa, nem teve em risco o triunfo. Pelo contrário, os encarnados recuaram as linhas e lançaram-se em transições rápidas que, com outro aproveitamento, poderiam ter como consequência um resultado mais expressivo.