Josué marcou de penálti, aos 90+4' o golo do apuramento e confirmou cambalhota no marcador. Fica marcado um FC Porto-Benfica para 12 de fevereir.
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Jogo de loucos no Dragão, termina com a calculadora na mão e o FC Porto apurado porque marcou mais um golo do que Sporting nos três encontros desta fase de grupos da Taça da Liga. Não fosse o golo nos descontos, de Josué, e esta seria a crónica de um dia para esquecer na história dos azuis e brancos: primeiro porque Lucho deixou a equipa para encher os bolsos no Catar e, depois, porque o Marítimo estava a segundos de travar os portistas, deixando-os fora da competição. Mas a crença e a determinação acabaram por ser suficientes quando faltou a arte e o FC Porto completou a salvadora cambalhota no marcador quando em Penafiel os jogadores do Sporting já se preparavam para festejar o apuramento.
Irónico, sem dúvida, o encontro de ontem. De um enorme bocejo durante oitenta e tal minutos, tal a ausência de ritmo e de soluções do FC Porto, a um final impróprio para corações mais fracos, que terminou com a redenção de Josué e da equipa perante uma plateia que, diga-se, acreditou sempre na reviravolta.
Paulo Fonseca não facilitou no onze e apostou nos habituais, trocando apenas de guarda-rede, sendo depois obrigado a chamar à última hora Defour para o lugar de Lucho. A mensagem era clara e, pelo menos para o exterior passou: o FC Porto queria ganhar e, de preferência, marcar muitos golos, confirmando que a Taça da Liga é mesmo um objetivo. Apesar de ser num ritmo lento, as coisas até começaram bem, com Jackson a tentar abrir a contagem de calcanhar. Mas a noite, confirmou-se depois, não estava grandes notas artísticas. Valeu o coletivo e numa boa jogada, o colombiano (20') marcou mesmo, numa recarga a um remate de Defour. Nessa altura o Penafiel ganhava ao Sporting e os astros estavam todos alinhados a favor dos portistas.
Só que o Marítimo não foi ao Dragão cumprir calendário, apesar das inúmeras alterações promovidas por Pedro Martins insinuarem isso. Bem organizado e a jogar no campo todo, saía sempre com perigo para o contra-ataque, contando com dois extremos endiabrado: Danilo Dias e Artur, mas sobretudo o primeiro, um jogador com uma qualidade acima da média. No minuto seguinte ao golo de Jackson, o Marítimo empatou porque ninguém foi capaz de incomodar Fidelis, que rematou bem colocado para uma defesa para a frente de Fabiano. No limite do fora-de-jogo João Diogo fez a recarga e reequilibrou as contas.
Sem nunca conseguir acelerar a circulação da bola, o FC Porto tentou reagir. O problema é que os dois alas, ao contrário dos do Marítimo, estiveram muito apagados: Quaresma tinha sido o dínamo da equipa nos últimos, mas ontem não teve a capacidade de entusiasmar sequer as bancadas, tantas foram as bolas perdidas. E Varela não esteve melhor. Só mesmo os laterais iam conseguindo furar a defesa do Marítimo: Alex Sandro com cruzamentos venenosos e Danilo com diagonais e alguns remates. Nada que, em boa verdade, deixasse os cabelos em pé a Welligton.
Aproveitando precisamente o adiantamento de Alex Sandro, Danilo Dias encontrou o corredor livre aos 34' e ofereceu o segundo golo a Artur, num lance em que Fidelis tem o mérito de simular e deixar a bola passar para o companheiro.
O que se seguiu foi um FC Porto amorfo, sem ideias e ainda mais lento com o Marítimo também arriscar menos por estar satisfeito com a vantagem. Paulo Fonseca chamou Ghilas e procurou explorar o bom entendimento deste com Jackson para encostar o adversário às cordas. Foi ganhando metros, mas continuava sem rematar. Quintero era o elemento que restava para acrescentar alguma imprevisibilidade ao encontro e o colombiano entrou aos 73' para o lugar de Maicon. Paulo Fonseca arriscou tudo para evitar o escândalo e livrar-se de um previsível coro de assobios. Arriscou e deu muito espaço para o Marítimo fazer o que mais gosta: contra-atacar. E no espaço de um minuto, Danilo Dias teve duas oportunidades para matar o jogo.
Não o fez e o FC Porto, que nunca desistiu, acabou por chegar ao empate: canto de Josué à esquerda e Carlos Eduardo a marcar de cabeça ao segundo poste. Faltam quatro minutos para os 90 e tudo era possível. Um golo bastava para seguir em frente e com toda a determinação o FC Porto forçou e foi feliz no último minuto dos descontos. Josué não tremeu e marcou encontro com o Benfica para 12 de fevereiro.