O Benfica alargou a vantagem para uma mão-cheia de pontos, o que poderá deixar o Sporting mais condicionado no Dragão. Valeu Jardel entre vários sustos.
Corpo do artigo
Faltam agora duas "finais" ao Benfica na corrida à conquista 35.º título de campeão nacional, tão cantado e pedido pelos seus adeptos, mas voltou a ser com algum sofrimento à mistura que a equipa de Rui Vitória manteve as suas contas intactas, agarrando agora com cinco dedos, leia-se pontos, o êxito. Certo é que, mesmo com uma exibição distante da qualidade das que permitiram às águias acelerar até ao topo, é este o fosso que ficou cavado ontem, do qual poderá resultar uma pressão extra sobre o Sporting, que hoje entra no Dragão ainda mais obrigado a vencer.
O plano encarnado passava precisamente por condicionar, com esta diferença, o seu perseguidor, mas fê-lo sem deslumbrar. Alcançou o seu objetivo, é verdade, mas voltou a sofrer, tanto para conseguir superar o bloqueio montado por Sérgio Conceição como, depois de o desmontar, para aguentar a magra vantagem no marcador.
O golo, no arranque da segunda parte, apenas maquilhou uma primeira parte em que ao Benfica faltou, sobretudo, velocidade. Tanto na transição após recuperação da posse de bola - e Fejsa colecionou desarmes e interceções em dose industrial - como na forma como (não) procurava explorar espaços ou causar desequilíbrios numa teia muito bem construída por Sérgio Conceição, sustentada numa defesa de três centrais e num meio-campo a três com capacidade de recuperação e saída para o contra-ataque.
A atuar em posse de bola, demasiado mastigada na linha recuada, mas sem capacidade de aceleração, principalmente devido à menor intensidade revelada por Renato Sanches na condução e de Pizzi, sem andamento nas ações pelo flanco direito, a águia deixava Jonas e Mitroglou entregues a um bloco defensivo vimaranense que revelou concentração. Em oposição, aos visitantes faltou, de início, maior atrevimento, apostando mais em baixar o ritmo e tapar espaços em zonas de apoio central.
O Benfica criou algum perigo em lances de bola parada e foi pelos ares que surgiu o golo de Jardel (47") - no primeiro remate enquadrado com a baliza de Miguel Silva - que até teve um efeito inesperado, pois assistiu-se depois a uma reação positiva da equipa minhota e algum desnorte encarnado. Com Otávio a gerir bem a posse de bola no miolo e a velocidade de Hurtado a deixar a defesa benfiquista em sentido, foi mesmo o V. Guimarães quem esteve, logo a seguir, perto do empate, salvo por André Almeida (67") e mais tarde por Ederson (76"), para além da contínua limpeza executada por Fejsa.
Rui Vitória, já depois de ter tentado dinamizar o flanco direito com a entrada de Salvio, apenas conseguiu ter capacidade de perfuração ofensiva depois de colocar em campo Jiménez. E beneficiou ainda da subida das linhas vimaranenses, em busca do empate, que abriu mais espaço para, então, o Benfica criar perigo. O V. Guimarães apertou, os encarnados ainda andaram com o credo na boca - aos 88" foi Jardel a cortar uma linha de passe de Hurtado para os isolados Valente e Xande Silva -, mas saíram por cima.