Nem Hulk, nem Quaresma, nem James ou Brahimi fizeram tantos golos nos primeiros seis meses de I Liga
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Os números não enganam: Jesús Corona foi o extremo que mais rendeu nos primeiros seis meses de FC Porto desde o início do século. Pelo menos na I Liga. O internacional mexicano chegou já com três jornadas realizadas na competição, nem sempre foi titular e até viu os 90 minutos do jogo com o Vitória de Setúbal (8 de novembro) do banco de suplentes. Mesmo assim, vai fechar o ano com seis golos marcados em nove jornadas. Nem os "consagrados" Hulk, Quaresma, James Rodríguez ou até Brahimi alcançaram um registo tão bom. Curiosamente, o extremo que mais se aproximou destes números no ano de estreia nos azuis e brancos pode agora sair do plantel para não perder a corrida para o Europeu: Varela [ver quadro à parte].
Das mais de duas dezenas de extremos que chegaram ao FC Porto desde o início do ano 2000, ou atacantes que desempenharam essas funções na época de estreia (Derlei, Lisandro, etc.), apenas nove conseguiram chegar ao fim de dezembro com, pelo menos, um golo apontado no campeonato. James Rodríguez, por exemplo, passou grande parte dos primeiros seis meses a "aprender" e o melhor que se lhe viu fazer foi marcar ao CSKA Sófia, na Liga Europa. De resto, esta foi a maior diferença entre o agora craque do Real Madrid e Corona. O mexicano chegou e foi de imediato lançado em Arouca por Julen Lopetegui, começando logo aí a exibir a sua veia goleadora e a oferecer pontos (até agora foram cinco, mais do que todos os antecessores). Marcou por duas vezes e caiu nas boas graças dos portistas, até porque nas três jornadas seguintes viria a assinar mais dois golos: com o Moreirense e com o Belenenses. Só ficou em branco no clássico com o Benfica.
O mês de novembro foi de alguma intermitência exibicional para Corona. Para o campeonato nem sequer jogou. Por isso, a entrada em dezembro foi a toda a velocidade: dois golos nos dois primeiros encontros dos azuis e brancos, com União da Madeira e Paços de Ferreira. O último, com a equipa pacense, até lhe possibilitou ultrapassar momentaneamente Aboubakar como melhor marcador da equipa na prova (entretanto o camaronês também já atingiu a meia dúzia).
A meta para os próximos seis meses está definida: fechar o campeonato como o extremo mais mortífero em ano de estreia. Para isso, porém, terá de marcar mais três golos nas 20 jornadas que restarem para cair o pano sobre a competição. Se o fizer, rouba esse título a Hulk e a Varela, que fizeram oito cada um nas temporadas de 2008/09 e 2009/10, respetivamente. A esta média, é bem provável.