As responsabilidades foram alargadas a todo o grupo de trabalho, após um encontro que reuniu dirigentes, treinador e capitães, com Helton à cabeça. Resumo chegou ao balneário, a quem o presidente pede reação imediata para a reviravolta em Frankfurt
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A onda de choque provocada pela derrota imposta pelo Estoril no Dragão ainda se faz sentir mais de 48 horas depois e não só em torno de Paulo Fonseca. Os jogadores sabem desde os instantes que se seguiram à derrota que o treinador não só não está isolado, como as responsabilidades foram alargadas a todos os elementos do plantel, independentemente do destino que resulte da jornada europeia. A partir da cimeira tripartida (direção/treinador/capitães), que decorreu no final do jogo, todo o grupo de trabalho sentiu que a reflexão exigida não tem morada única. A conversa que decorreu entre Pinto da Costa, Antero Henrique, Paulo Fonseca e a estrutura de capitães (com Helton à cabeça) serviu essencialmente para passar a mensagem de que é imperativo inverter o sentido dos acontecimentos e corrigir o que for necessário para devolver a equipa aos caminhos a que habituou nos últimos anos. Em síntese, que as responsabilidades têm de ser partilhadas, mas que no limite é do que a equipa faz em campo que depende a temporada.
A leitura é outra: apesar de os adeptos terem sinalizado Paulo Fonseca como o responsável pela crise, o facto de Pinto da Costa o ter segurado e ter promovido um encontro alargado mostra que a culpa não recai apenas sobre o treinador e que a direção entende que o plantel ainda pode dar muito mais do que tem dado até agora.
Os capitães amplificaram essa mensagem no balneário e abriram o debate onde algumas vozes se fizeram ouvir, reconhecendo erros e apontando possíveis soluções. Ficou claro que o grupo está insatisfeito com os resultados somados esta época e que todos estão empenhados em passar a fatura ao Eintracht Frankfurt, para deixar bem vincada a reação que se impõe por esta altura.
Paulo Fonseca retomou os treinos sem mexer nas rotinas, mas tem conversado com vários elementos do plantel por estes dias. A insatisfação é tão grande como a vontade de vencer os alemães e ultrapassar os 16 avos de final da Liga Europa. Aliás, é esta competição que se pode transformar no primeiro degrau para a redenção de um grupo em crise de resultados e de confiança, que sentiu na pele a forma agreste com que os adeptos se manifestaram nos minutos finais do jogo com o Estoril e nas horas que se seguiram.
Para além de todos no clube terem sentido muito este revés contra o Estoril, o que o coletivo não gostou foi de ficar com o ónus de uma derrota caseira que não acontecia há mais de cinco anos em jogos do campeonato. Os jogadores comprometeram-se, por isso, a dar uma resposta à Porto já amanhã para começar a limpar uma imagem claramente afetada esta época. O FC Porto precisa de resultados para recuperar crédito e salvar o que ainda pode ser salvo e o jogo com o Eintracht ganha, por isso, uma dimensão muito mais acentuada do que seria de esperar.
A comitiva parte esta manhã para Frankfurt disposta a virar o jogo e a usar o contexto atual como motivação para o que resta de 2013/14.