O meio-campo dos encarnados foi a chave para o sucesso do Benfica frente ao Arouca
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Vitória garantira, na véspera do jogo com o Arouca, não se preocupar com ser ou não líder do campeonato nesta fase, mas a resposta dada ontem na Luz pela sua equipa mostrou que, preocupados ou não, os jogadores encarnados não pretendem facilitar na caça ao tricampeonato. E se, na primeira volta, em Aveiro, o Arouca surpreendeu o Benfica com um golo marcado logo nos minutos iniciais, que viria a custar uma derrota às águias, agora foi tempo de retribuição, com uma entrada forte, consumada pelo golo madrugador de Pizzi. Pouco mais de 90 minutos depois, o Benfica saia de campo com um 3-1, que até podia ter sido mais dilatado dado o futebol perfumado das águias e a saborear o facto de ser líder da I Liga, ainda que à condição e por alguns minutos pois o Sporting acertou mais tarde o calendário com o Paços e o empate bastaria para continuar na liderança - venceu por 3-1.
Somando a oitava vitória consecutiva em jogos oficiais, o Benfica ainda encontrou tempo para se esforçar por ter "nota artística". Descontraídos, os jogadores encarnados abriram logo aos três minutos, por Pizzi, a lata que Lito Vidigal apresentou na Luz; depois, aos 19", um calcanhar de Mitroglou praticamente resolveu todas as dúvidas quanto ao vencedor. Este lance, onde também merece destaque a intervenção de Lisandro, foi apenas um dos que os atletas encarnados fizeram questão de adornar para a plateia, numa demonstração de confiança do grupo às ordens de Rui Vitória.
Quanto à chave para o Benfica ter resolvido o jogo com tanta simplicidade - e não facilidade porque o Arouca criou algumas dificuldades, principalmente na segunda parte - passou pela consistência na intermediária. O trio do meio-campo do Arouca (Nuno Coelho, Nuno Valente e David Simão) foi claramente incapaz de se adaptar à mobilidade de Pizzi e de Renato Sanches. Cada um ao seu estilo, manobraram o futebol ofensivo do Benfica, sendo que enquanto o camisola 21 deu profundidade ao futebol encarnado, tentando lançar Jonas e Mitroglou, o jovem vindo da formação das águias "encheu" toda a intermediária, fazendo pressão constante e estancando sem piedade quaisquer veleidades ao Arouca. Com a combinação desta dupla, bem apoiada numa linha mais recuada por Samaris, o Benfica não sentiu dificuldades em impor-se, fazendo o marcador crescer.
Após uma primeira parte onde os arouquenses raramente viram de perto a camisola de Júlio César, adivinhava-se uma segunda também tranquila para o Benfica. As águias mantiveram o domínio na posse de bola e uma circulação fluida, ajudada pelo regressado Gaitán, mas reduziram a intensidade na busca do golo, facto que podia ter tido consequências. Lito Vidigal investiu em Zequinha e Maurides para o ataque procurando, em contragolpe, reduzir a desvantagem. E o brasileiro quase o conseguiu por duas vezes (61" e 63"), faltando-lhe pontaria. O 3-0, pouco depois, num lance finalizado por Jonas mas onde este e Mitroglou se desentenderam por quererem tanto bater Bracali selou o jogo. Até final, apenas merece destaque um jogador e do Arouca: Velázquez tirou um golo a Mitroglou (79") e fez o de honra para os visitantes.