Bruno de Carvalho não poupa nas críticas à arbitragem.
Corpo do artigo
O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ainda fez um esforço para evitar referir-se à atuação de João Capela no dérbi da Luz, mas não deixou de atribuir responsabilidades à arbitragem por parcela do passivo de 500 milhões de euros com que o clube se debate no momento. "Está a falar-se demais de alguém que não merece. Eu já disse o que tinha para dizer e o professor Jesualdo Ferreira também. Para já é tempo de antena mais que suficiente para alguém que não teve à altura do espetáculo", sustentou em Alvalade, referindo-se a João Capela, antes de concretizar: "É bom estarmos num cantinho e dizer que os presidentes não devem falar de arbitragens. Este presidente não queria falar de arbitragem, mas também é preciso que os árbitros não atrapalhem o que as pessoas fazem. O que acontece ao árbitro se erra num jogo? Às vezes, não acontece nada, como é este caso. Pode não apitar um ou dois jogos. O Sporting tem neste momento 500 milhões em dívida e alguns deles estão relacionados com erros de arbitragem. É esta hipocrisia que não quero deixar que aconteça mais. Não quero falar de arbitragem, mas também não quero que os árbitros continuem a prejudicar o Sporting."
Desafiado a pronunciar-se sobre as repercussões para Capela após a atuação no dérbi, o presidente não personalizou, mantendo a tónica. "A justiça desportiva que pense e faça. O que não pode acontecer é um clube ser prejudicado por erros de arbitragem e assobiarmos para o lado como se nada tivesse acontecido e isto não tivesse consequências. Não interessa quem vai à Liga Europa, não interessa quem vai à Liga dos Campeões ou quem fica em primeiro. Não interessa quem ganha a Taça da Liga e a Taça de Portugal. É preciso é respeitar os árbitros. Deem-nos descanso", exclamou Carvalho, indo mais longe: "Nós respeitamos quando se dão ao respeito. Se querem ser equiparados que se avance com a profissionalização dos árbitros. Que o quarto árbitro assista ao jogo num ecrã e esteja a ver o que se passa dentro de campo. Ninguém quer falar de árbitros, ninguém se interessa pela questão dos árbitros. Se falamos é porque somos prejudicados muitas vezes em milhões e milhões de euros e que essa hipocrisia deixou de vingar. Não querem que falemos de árbitros, tudo bem. Arbitrem e errem cada vez menos e sobretudo para os dois lados."
