Reestruração dos recursos humanos do clube e da SAD
Corpo do artigo
Os 15 quadros do Sporting com quem está a ser negociada a rescisão contratual, ontem identificados por O JOGO, são apenas a face mais visível de uma reestruturação em curso que está longe de terminada. A casa é para arrumar até ao final da época, com uma profunda redução de custos fixos, tal como tinha ficado acordado com os bancos parceiros financeiros do emblema verde e branco: em causa a necessidade de adequar a exploração do clube às receitas e às responsabilidades assumidas pelos credores, tarefa a que o presidente, Bruno de Carvalho, tem dado prioridade absoluta.
Os nomes dos funcionários dispensados na terça-feira são os mais mediáticos do lote - entre Manuel Fernandes, Luís Vidigal, Pedro Sousa (diretor de comunicação) contratados por Godinho Lopes, Jean Paul, Maurício do Vale ou José Diogo Salema, quadros que há muito estão ligados ao clube, até Diogo Matos e Mário Patrício, que faziam parte da lista liderada por José Couceiro, derrotada nas eleições de março -, mas a nova Direção vai analisar caso a caso o custo e relevância de cada funcionário do clube e do universo de empresas participadas, de forma a avaliar aqueles que poderão continuar e os que também serão convidados a sair. Os responsáveis leoninos garantem que este processo de avaliação vai obedecer a diversos critérios, bem definidos, que vão desde a antiguidade à produtividade, passando pelo grau de eficácia da função e, claro, pelo vencimento que auferem.
Certo é que Bruno de Carvalho quer ver o processo concluído até ao final da temporada desportiva, até para que seja possível orçamentar com rigor a próxima temporada, que corresponde também ao próximo exercício no plano financeiro, de acordo com as balizas estabelecidas na negociação com a banca.
Recorde-se que a necessidade de reduzir os custos, que ultrapassavam claramente as receitas de todo o grupo, tornando a exploração seriamente deficitária, é uma exigência incontornável dos credores, mas que não incide apenas sobre o futebol, cujo orçamento deverá ser reduzido de 48 milhões de euros para cerca de 30, num período de transição, até poder fixar-se na região dos 20 milhões por temporada. Pelo contrário, a contenção já chegou às modalidade e terá de ser o mote para a gestão do próprio clube, onde a redução significativa do número de funcionários e colaboradores é vista como inevitável.
Agora, depois de informados os nomes mais familiares, que correspondem, também, na sua maioria, aos vencimentos mais elevados, o processo estender-se-á a todas as empresas e departamentos do universo verde e branco.
Para que tal seja possível, e como O JOGO oportunamente noticiou, foi acordado com os bancos um fundo de cerca de 11 milhões de euros, destinado a rescisões e indemnizações no âmbito da redução dos quadros, valor pensado para a reestruturação em curso, mas também para a rescisão de alguns atletas do plantel profissional.
