Rende mais a saltar do banco: o peruano ainda não se livrou do rótulo de suplente desequilibrador nem somou o talento à regularidade. Procura agora confirmar potencial em permanência
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Na próxima ocasião em que for a jogo de leão ao peito, André Carrillo chegará ao centésimo encontro pelo Sporting, uma marca sempre relevante, mas que traz à discussão o que o internacional peruano ainda tem para produzir. Na terceira época pelos verdes e brancos, o virtuosismo técnico do extremo de 22 anos por ninguém é questionado, mas o rendimento em campo tem sido deveras flutuante, ou não estivesse o atleta ainda em busca da total afirmação em Alvalade. Apesar da qualidade intrínseca e das oportunidades concedidas pelos seis treinadores que conheceu em Portugal, Carrillo ainda corre atrás e só se revela determinante quando é suplente utilizado. A tendência vem de longe e é comprovada pela época em curso na I Liga, única frente que resta aos lisboetas (ver caixa em anexo).
Sob a batuta de Domingos Paciência, Sá Pinto, o interino Oceano Cruz, Franky Vercauteren, Jesualdo Ferreira e agora Leonardo Jardim, o sul-americano conseguiu dar mais de si a surgir da segunda linha. Porém, já antes de trocar o Alianza Lima pelo Sporting a história não era diferente. A O JOGO, Gustavo Costas, técnico de Carrillo no Alianza, relembra: "Já connosco ele rendia muito mais quando entrava na segunda parte. Aí, ele conseguia rapidamente fazer a diferença. Agora, se alinhava de início era mais um, não jogava bem. Havia uma diferença abismal entre a titularidade e quando o André entrava fresco perante um adversário já cansado, que não estava a cem por cento fisicamente."
Contratado durante o defeso de 2011 e integrado numa bolsa de atletas apontada ao futuro, esta é a temporada em que Carrillo apresenta uma folha de serviço com melhor rendimento desde que chegou a Alvalade, em 22 partidas disputadas - 13 delas a titular (ver mais detalhes na informação em caixa e na cabeceira desta página). Porém, a verdade é que a titularidade ainda escapa ao peruano, que, pese a fé que Jardim nele mantém, vê crescer a concorrência. Passados quase cem jogos, ainda "só" tem de convencer.