A titularidade do brasileiro em Vila do Conde e a reconfiguração do meio-campo revelaram-se uma fórmula acertada que o treinador não escondeu querer voltar a ver contra o Olhanense
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Carlos Eduardo vai ser titular contra o Olhanense. A garantia foi dada ontem por Paulo Fonseca, que justificou nova aposta no médio brasileiro com o trabalho que o jogador vem desenvolvendo e que ganhou volume na equipa B dos azuis e brancos. Na deslocação do FC Porto B a Oliveira de Azeméis, na 17ª jornada da II Liga, percebeu-se que Carlos Eduardo já não cabia mais nos limites daquela equipa. O brasileiro não tardou a ser testado, com sucesso, na segunda parte do jogo com o Braga. Na jornada seguinte, em Vila do Conde, Paulo Fonseca afinou o meio-campo, fazendo recuar Lucho praticamente para junto de Fernando para entregar a titularidade e a condução do jogo a Carlos Eduardo. Os 90 minutos do jogo com o Rio Ave mostraram que a aposta começava a revelar-se acertada. Agora vem aí o Olhanense e o treinador dos tricampeões nacionais não esconde que vai voltar a apostar na mesma fórmula.
Acredita ter acertado na escolha de Carlos Eduardo para dar a dinâmica ideal ao coletivo? Que características tem que fazem funcionar melhor a equipa?
O Carlos Eduardo esteve bem contra o Rio Ave, foi importante para nós. As características dele permitem-nos ter alguns momentos de jogo diferentes, que têm a ver com a sua capacidade de acelerar o jogo, através do transporte, com capacidade de procurar zonas em que precisamos de ter vantagem numérica; têm a ver com a capacidade dele perto da zona de finalização, porque finaliza bem; têm a ver também com o seu jogo curto nas combinações, que são importantíssimas no ataque planeado, na forma como desenvolvemos a nossa organização.
Colocar o Carlos Eduardo em campo, com um Lucho mais recuado, é um retrocesso nas suas ideias iniciais?
Não! Encaro isso como um processo normal, um processo que obviamente teve diversas fases de desenvolvimento e agora está nesta fase.
Carlos Eduardo precisou da equipa B no seu processo de crescimento dentro da equipa principal?
Sim. Assim como outros jogadores que não vale a pena enumerar, o Carlos Eduardo veio de uma realidade e de um contexto de jogo diferente, teve o tempo de crescimento, que achamos que era fundamental, e só surge nesta fase porque teve de haver alguma aprendizagem daquilo que pretendíamos para a equipa. Agora está a dar uma resposta que justifica a sua entrada na equipa principal. Mas o que aconteceu com ele foi um processo normalíssimo. Obviamente, ter treinado connosco e ter-se disponibilizado para não perder ritmo e jogar na B foi importante. O Carlos é um rapaz humilde, que percebeu as vantagens disso, e naturalmente hoje está e vai estar na equipa inicial.
Depois de vermos o que aconteceu com o Carlos Eduardo, não acha que o Quintero deveria ter passado por um processo semelhante antes de entrar na equipa?
São situações completamente diferentes. Mas está-se a dar demasiada importância a esse facto. A equipa B é um espaço de treino competitivo. Treinar na equipa principal e ir ao fim de semana prolongar o seu treino, em vez de ficar parado, é uma situação que, para quem não joga, é benéfica.