Com o brasileiro em campo, o FC Porto até começou a ser eficaz nas bolas paradas, mas também revolucionou os seus registos de golos
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É impossível dissociar o bom momento do FC Porto da entrada de Carlos Eduardo no onze de Paulo Fonseca. Os elogios, justos, têm crescido ao mesmo ritmo que a equipa cresceu com ele em campo, mas para além do óbvio, as vitórias, há mais dados escondidos neste súbito aparecimento do brasileiro. Paulo Fonseca repetiu, no final da partida com o Olhanense, a ideia da "dinâmica" que o médio empresta aos campeões nacionais, num elogio que é facilmente comprovado pela estatística: em apenas 225 minutos de Carlos Eduardo no campeonato (meio jogo com o Braga e partidas completas com o Rio Ave e o Olhanense), o FC Porto marcou um total de nove golos. Pelo caminho, conseguiu fazer três na deslocação a Vila do Conde - algo que já não acontecia desde a vitória sobre o Sporting - e concretizou mais quatro esta sexta-feira, algo que aconteceu pela primeira vez esta temporada.
O JOGO foi tentar perceber quais são as dificuldades que Carlos Eduardo coloca aos adversários e encontrou as respostas em Celestino, médio-defensivo e capitão do Olhanense. "É um jogador tecnicamente muito evoluído e tem uma boa qualidade de passe. Para além disso, é muito inteligente na forma como se movimenta em campo. Ele sabe onde tem de cair, sabe procurar os espaços para receber a bola, e fá-lo quase sempre nas costas dos médios adversários ou nas alas, e nunca se dá à marcação. Foi muito difícil anulá-lo", começou por afirmar Celestino, que ainda acrescentou mais detalhes ao perfil de Carlos Eduardo. "Tem um bom arranque e consegue ser explosivo nos primeiros dois ou três metros. E faz isso com a bola junto ao pé e de cabeça levantada. Neste jogo, também soube aproveitar da melhor forma a boa dinâmica que a equipa apresentou. Teve algum espaço para jogar e soube posicionar-se sempre bem para receber a bola", acrescentou.
Para além destes pormenores, Carlos Eduardo ainda trouxe mais à equipa. Ao grande golo marcado, o médio acrescentou mais três assistências nos últimos dois jogos, uma na cobrança de um livre lateral e outras duas após marcações de cantos. Para se perceber melhor a dimensão do feito, refira-se que nos primeiros 21 jogos da época, ou seja, antes de Carlos Eduardo ter sido lançado a titular, o FC Porto só tinha marcado por duas vezes na sequência de pontapés de cantos, mais concretamente frente ao Paços de Ferreira e na receção ao Áustria Viena. Mas há mais: com estas três assistências, Carlos Eduardo passou a ter apenas Danilo (5), Varela (5) e Lucho (4) com mais passes para golo. E tudo isto em apenas dois jogos e meio.