CAP unânime dá razão ao Sporting: contrato é válido até junho de 2014, mas o desfecho da novela está longe de ser conhecido: pode ir do entendimento a novo processo.
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A Comissão Arbitral Paritária (CAP) tornou ontem pública a decisão relativa ao conflito laboral entre Bruma e o Sporting: por unanimidade, deliberou a favor dos leões, considerando improcedentes todas as alíneas dos requerimentos apresentado pelo jogador e pelos seus representantes. Assim, e pelo menos para já, mantém-se válido o vínculo que liga Bruma ao Sporting até junho de 2014, naquela que é uma grande vitória verde e branca, mas está bem longe de garantir o fim da guerra.
É que, como foi avisando durante o dia e confirmou, de forma mais suave, após tomar conhecimento do acórdão unânime da CAP, Bebiano Gomes, advogado e representante de Bruma, aventa a possibilidade de avançar com um processo de rescisão unilateral, e sem justa causa, do vínculo que agora foi reafirmado como válido [ver mais informação nestas páginas]. O causídico garante que, do seu ponto de vista, Bruma "não tem condições para regressar ao Sporting", mas, já depois de ter conhecido a decisão, foi menos assertivo, deixando entreaberta a porta para um potencial acordo: a poucos dias do encerramento do mercado de transferências, escasseia o tempo para encontrar alternativas que permitam ao jovem atleta a concretização do desejo de competir
Assim, Bebiano Gomes admite como possível um leque variado de soluções, desde a já referida rescisão unilateral, à possibilidade de algum dos clubes interessados [referiu a existência de vários, mas negou o envolvimento de qualquer emblema português neste processo], passando, até, pelo regresso à Academia [desde que o extremo "mude de ideias"].
Agora há que aguardar pelos próximos dias para melhor perceber qual pode ser o final da mais controversa novela do defeso, opinião que é, aliás, partilhada pelos especialistas em direito desportivo consultados por O JOGO [ver informação na próxima página], até porque o Sporting entendeu por bem não se pronunciar, para já, sobre a decisão da CAP. Ao que O JOGO apurou, os leões pretendiam que fosse o círculo próximo de Bruma a reagir em primeiro lugar, até para que fosse avaliada a hipótese de voltar a construir uma plataforma de comunicação com os seus representantes, de forma a proporcionar uma resolução relativamente pacífica e consensual para um conflito que já tocou os extremos do razoável. Os leões e o seu presidente avaliam com cautela o momento e a forma da próxima intervenção, sendo de admitir que possa surgir hoje, em Coimbra, onde a equipa de Leonardo Jardim disputa a partida da segunda jornada.
Refira-se que a CAP, presidida por Carlos Rito e constituída ainda por José da Cruz Pereira, António Cruz Vieira, Miguel Rodrigues Bastos, João Peral Novais, José Manuel Ferreira da Silva e José Diogo Pereira dos Reis, reuniu-se ontem no Porto, onde comunicou a sua decisão.