Fernando Oliveira, ex-presidente do Braga, aplaude a recandidatura do atual líder por entender que o êxito depende de uma lógica de continuidade
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A gestão rigorosa de António Salvador e os resultados nacionais e internacionais alcançados pelo Braga durante a sua presidência (Taça Intertoto, vice-campeão nacional, duas participações na Liga dos Campeões e a conquista da Taça da Liga), inimagináveis há pouco mais de uma década, são factos incontornáveis que levam Fernando Oliveira, ex-presidente dos arsenalistas, a apoiar a recandidatura do atual dirigente. Quando deixou o clube, foi dos primeiros a tentar convencer Salvador a assumir a liderança do clube; 10 anos depois, tem a certeza de que passou o testemunho à melhor mão possível. "Foi com Salvador que o clube atingiu os seus momentos mais áureos. Isso ficou na mente dos adeptos. O clube ficou totalmente diferente e isso deve-se à estabilidade que conferiu ao clube. Os jogadores e os treinadores sabem sempre com quem podem contar. Num clube ou numa empresa, os resultados não aparecem sem estabilidade, o que é impossível quando se verificam constantes trocas de presidentes ou de patrões. E a estabilidade é o grande trunfo de Salvador", destaca.
Eleito invariavelmente por aclamação, Salvador poderá enfrentar, pela primeira vez, outro candidato. Nuno Carvalho, ainda por assumir, é um dos nomes possíveis, mas Fernando Oliveira tem a certeza de que parte claramente em desvantagem. "Não o conheço pessoalmente. Já me falaram dele, mas as informações que tenho são muito curtas. Até pode ser muito conhecido na cidade de Braga, mas era importante que os futuros candidatos aparecessem durante mais tempo. Caso contrário, ficam muito fragilizados", explica, sugerindo aos sócios maior participação nas assembleias gerais do clube, principalmente os que projetam suceder a Salvador. "Quantos mais aparecerem, melhor será o debate de ideias. Infelizmente, para mal do clube, isso não tem acontecido", lamenta.
De resto, o antigo dirigente arsenalista percebeu facilmente a renitência inicial de Salvador. "O desgaste de 10 anos na presidência do clube é sempre grande. Por outro lado, o atual momento também é muito difícil a nível empresarial. Depois de ter conversado com algumas pessoas, essa hesitação acabou por ser momentânea. O momento também é delicado porque o clube deixou de andar na Liga dos Campeões ou na Liga Europa. Vão-se as receitas e ficam as despesas", alerta.