O treinador Paulo Fonseca considera que o Braga só poderá ser feliz na Luz se fizer "um jogo perfeito" e sublinha que a equipa se apresentará muito desfalcada, devido a lesões e castigos
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Um Benfica pressionado na liderança do campeonato jamais será um Benfica em poupança, relaxado ou distraído nas meias-finais da Taça da Liga. Paulo Fonseca é defensor desta tese e torce mesmo o nariz ao aparente desgaste físico dos encarnados, prevendo uma montanha de problemas para o Braga. "O Benfica tem essa possibilidade de gerir, mas o Braga não tem em função dos lesionados e dos castigados. Não vejo que isso possa ser um problema para o Benfica", analisou, garantindo que a realidade dos bracarenses é bem diferente ou não estivessem desfalcados de Baiano, Filipe Augusto, Pedro Santos e Rui Fonte (não jogaria por estar emprestado pelo Benfica), todos lesionados, e ainda de Ricardo Ferreira e Vukcevic, ambos castigados.
Em caso de êxito, os arsenalistas irão disputar duas finais (já está apurado para a final da Taça de Portugal) na mesma temporada. "É um facto muito motivador, mas temos de perceber que vamos defrontar o Benfica no seu estádio. O Benfica é claramente favorito, está moralizado pelo que tem feito ao longo da época. Existe uma perspetiva aliciante de estar em duas finais no mesmo ano, mas também sabemos que o Benfica é muito forte em casa e está num bom momento", assinalou.
Só "um jogo perfeito" do Braga poderá ser meio caminho andado para o sucesso na Luz. E o palpite cauteloso do treinador não é por acaso: em dois jogos com os encarnados, a equipa sofreu outras tantas derrotas e terá aprendido com os erros cometidos. "Será o terceiro jogo da época com o Benfica. Temos essa experiência. Somámos duas derrotas, mas os jogos podiam ter sido diferentes e, aprendendo com essas partidas, tentaremos inverter esses resultados", estimou. Por tudo isto, o alegado cansaço do Benfica suscita alguma estupefação a Paulo Fonseca. No campeonato das equipas com mais jogos, o Braga mantém-se na liderança e, para que não restem dúvidas, o treinador atirou com números concretos. "O Benfica tem 48 jogos, o Braga tem 53, pelo que essa questão do cansaço é relativa. Ele [Rui Vitória] pode fazer alterações na sua equipa, mas vai jogar o Luisão? O Samaris? O Salvio? O Jiménez? O Carcela? Que implicações isso poderá ter? Praticamente nenhumas", analisou o treinador, lamentando especialmente as perdas do central Ricardo e do médio Vukcevic. "É claro que condicionam", suspirou.