O selecionador holandês de sub-21 já falou com o extremo e disse-lhe que se ele não jogar com outra frequência, a sua carreira internacional fica comprometida
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Ou começa a jogar com regularidade, ou bem pode esquecer o projeto internacional a nível de seleções - assim se resume o ponto de situação de Ola John na ótica do atual selecionador holandês de sub-21. Em declarações a O JOGO, Albert Stuivenberg deixa bem claro que o próprio jogador já foi informado disso mesmo, pelo que, seja no Benfica ou noutro clube qualquer, tem mesmo de começar a jogar se não quer perder o comboio do próximo Europeu da categoria (em 2015, para o qual o benfiquista ainda será elegível por ter nascido após 1 de janeiro de 1992), já para não falar no Mundial do Brasil.
"É simples. Eu não posso tomar decisões pelo Ola John nem dizer-lhe que o melhor é ir para aqui ou para ali. Isso é uma opção dele. Agora, ele sabe que o ideal para o seu desenvolvimento nesta fase é jogar com regularidade. Tem 21 anos e tem de jogar a um nível elevado. Se quiser ter um critério de seleção, tem de jogar todas as semanas. Quando o fizer, é candidato a ser chamado. Assim nunca poderá ser chamado", sublinha o técnico holandês.
Desde 2006 a trabalhar nos escalões de formação da seleção laranja, Stuivenberg adianta que até já falou diretamente com o jogador para o informar desta situação. "Ele sabe que só o chamarei quando, e se, ele estiver a jogar com mais regularidade. É normal que assim seja, e ele sabe como as coisas funcionam. Falei com ele ainda em agosto, por isso o Ola [John] tem perfeita noção de que, se as coisas não mudarem, não será chamado" - nem para os sub-21, muito menos para a seleção principal.
O técnico de 43 anos evita opinar diretamente sobre se um eventual regresso à Holanda - mais concretamente para o Ajax, que está interessado em garantir os serviços do extremo por empréstimo na próxima reabertura do mercado - seria neste momento a situação mais conveniente para o camisola 15, mas insiste que "o melhor seria jogar". "O ideal até seria jogar com regularidade no Benfica, onde encontra um nível de exigência elevado. Isso seria perfeito para ele nesta fase de crescimento. Agora, se ele optar por sair, tanto faz ser para o Ajax ou para outro clube. O principal mesmo é poder somar minutos com regularidade e tentar fazê-lo num clube onde possa manter um grau de competitividade alto", concretiza.
Albert Stuivenberg segue "atentamente" a situação de Ola John na Luz, daí saber que "nem na equipa B joga", situação que complica mais ainda a evolução do jogador: "Se não joga com os principais com regularidade, nem na segunda equipa, depois, quando é chamado a entrar, é natural que não tenha aquele andamento. É uma bola de neve."
Certo é que depois de ter participado no último Europeu de sub-21 - ajudou em três jogos, tendo festejado um golo no embate com a Rússia -, sob o comando de Cor Pot, o dianteiro encarnado não mais voltou a fazer das escolhas, até porque Stuivenberg assumiu as rédeas deste escalão após a dita competição. Curiosamente, ainda antes de ter rumado ao referido campeonato da Europa, Ola John estreou-se pela principal seleção holandesa em fevereiro deste ano. Louis van Gaal chamou-o para um amigável com a Itália em que até foi titular, mas ficou-se por aí o seu trajeto entre os AA. De águia ao peito, leva nesta época apenas 288 minutos nas pernas, quando em 2012/13 já tinha somado 358' em período homólogo. Na época anterior, pelo Twente, somava 1400', sendo esta claramente a sua pior campanha desde que se afirmou como profissional.