Braga aguarda pelo resultado dos jogos de Sporting e FC Porto. A verdade é que a equipa de Jesualdo Ferreira superou um Arouca rebelde com um golaço de Santos
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Precioso nos jogos com o Rio Ave e o Nacional, que redundaram noutras tantas vitórias, Cássio bem pode dizer que de Braga dificilmente vêm bons ventos ou bons casamentos. Depois de ter percebido que a ligação aos arsenalistas não passaria de uma curta relação de verão, o guarda-redes voltou a ser infeliz por influência dos visitantes, sendo batido pela primeira vez com a camisola do Arouca na sequência de um disparo espetacular de Santos, desferido bem longe da baliza. Será precipitado dizer se o central tirou ou não partido do parcial adiantamento de Cássio na baliza; a única verdade insofismável é que bastaram nove minutos para o Braga se adiantar, revelando depois alma e muito coração para segurar a vantagem até ao fim, incluindo os descontos, até porque foi mesmo com uma defesa sensacional de Eduardo, a evitar um golo quase certo de Ceballos, que o jogo terminou.
O golo de Santos até fez alguma justiça ao arranque furtivo do Braga, mas com o desenrolar da partida percebeu-se que o Arouca iria vender muita cara a derrota. Mesmo apostando no contra-ataque, aceitando de forma estratégica o domínio dos bracarenses, o mesmo onze que na jornada anterior havia vencido o Nacional na Madeira soube tirar partido de uma defesa algo dura de rins quando era abordada em velocidade, e os golos só não apareceram por manifesta falta de pontaria. Roberto e Romário foram mesmo o cúmulo do desperdício, mas nem tudo foi mau na frente, para mal dos pecados dos bracarenses, que ainda hoje devem explicar com alguma dificuldade como conseguiram chegar ao fim sem golos sofridos, o que já não acontecia há muito tempo.
Lançado por Pedro Emanuel no começo do segundo tempo, o espanhol Cristian Ceballos, emprestado pelo Tottenham, trouxe velocidade e maior imprevisibilidade ao Arouca, de tal forma que Jesualdo Ferreira sentiu que a equipa precisava de maior tração no meio-campo, optando então por juntar Custódio ao trinco Mauro, tirando do meio-campo um Luiz Carlos irreconhecível, sem chama. De volta à equipa após lesão, Rúben Micael fazia o que podia no sentido de alimentar o ataque e, por aí, Alan e Éder não fugiam às responsabilidades, embora denotando o mesmo problema dos avançados arouquenses.
Braga e Arouca pareciam estar metidos numa verdadeira guerra de trincheiras. Volta e meia registava-se o desespero ora na baliza de Cássio, ora na baliza de Eduardo, mas o resultado parecia estar mais do que cristalizado. A espera foi longa e só mesmo Rafa, que havia substituído um Pardo desinspirado, trouxe algo de diferente, acertando na barra. Contas feitas, o Braga dormiu provisoriamente no primeiro lugar, a meias com o FC Porto. A procissão segue hoje também com o Sporting, próximo visitante do AXA.
