"Aqui tornei-me outro jogador"

Defour continua embalado pelo bom início de temporada, pelas exibições conseguidas ao serviço do FC Porto e da seleção belga e pelo golo à Escócia que veio reforçar-lhe a confiança num momento importante da carreira e que deverá levá-lo a fazer parte dos planos de Marc Wilmots para o Mundial do próximo ano. "Continuo feliz no FC Porto. Aqui tornei-me outro jogador, evoluí em todos os aspetos. Sinto-me mais rápido na execução e aprendi a gerir melhor a pressão, que é imensa aqui", declarou o belga em entrevista ao canal belga RTBF. Defour deixou de ser titular nos últimos encontros, mas não se mostra preocupado e explica porquê: "Não me afeta o facto de não jogar tanto nos últimos tempos, porque há muita concorrência no grupo e o treinador está a gerir a minha condição física, depois dos pequenos problemas que tive recentemente". Aliás, a luta pela titularidade tem sido uma constante desde que assinou pelo FC Porto: "É verdade, quando cheguei a equipa tinha acabado de ganhar a Liga Europa e o grupo era praticamente o mesmo e depois havia o João Moutinho, que jogava na minha posição e que é um excelente jogador. Não me queixei e procurei sempre fazer o meu trabalho sem deixar de espreitar as oportunidades que foram surgindo".

Desde o início de outubro, o médio só foi titular contra o Atlético de Madrid e suplente utilizado contra Trofense, Zenit e Sporting. Mas com a deslocação a São Petersburgo e a suspensão de Herrera, estão reunidas as condições para que volte a ser aposta de início. "Quero jogar ao mais alto nível, mas não podemos esquecer que o FC Porto já é um dos maiores clubes europeus e estará seguramente no top 10 europeu. Não tenho razões de queixa, mas se deixar de jogar até janeiro, terei de procurar uma solução para mim", visou, apesar de voltar a insistir na mesma tecla: "A minha situação é boa nesta altura". Com tanta concorrência no plantel e necessidades que o levaram a desenvolver diversos aspetos, tornando-o um jogador mais versátil no meio campo, Defour não está preocupado quanto às funções que lhe possam vir a ser entregues: "Posso jogar em várias funções, tanto no um contra um, como acontece na seleção, ou como aqui no FC Porto, onde funciono como o elo de ligação entre a defesa e o ataque. Mas também posso jogar nas três posições do meio campo". O que o belga não esconde é o objetivo final desta temporada, que passa por estar no grupo que será chamado a defender as cores da Bélgica no Mundial e apontou o caminho a seguir: "Esta época preciso de correr mais e ter um volume de jogo maior, porque estou sempre num vai e vem constante entre a defesa e o ataque. Isso ajudou-me a fazer uma grande exibição contra a Escócia e a ganhar condição física para fazer o meu trabalho na Croácia".