Jaime Pacheco explica. Em 2000/01, sonhou ser campeão pelo Boavista desde o início, mas só o reconheceu no balneário a meio da época e para o exterior a oito jornadas do fim. Por isso, considera que estratégia dos leões "é inteligente"
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Há 13 anos, salvaguardadas as devidas distâncias, Jaime Pacheco experimentou o que Leonardo Jardim hoje vive - ser um improvável contendente na luta pelo título, recusando para lá do limite do óbvio essa intromissão entre candidatos - e explica a O JOGO os passos que o levaram à conquista do título de 2000/01 pelo Boavista. "Quando delineámos a época, eu disse ao presidente: 'Se contratármos o Duda, podemos ser candidatos de forma silenciosa'. Só passámos esse objetivo ao grupo no início da segunda volta, quando já estávamos na frente e só nos assumimos publicamente candidatos depois do empate com o Marítimo, na Madeira", a oito jornadas do final do campeonato, recorda o técnico que concorda com a forma como Leonardo Jardim está a gerir toda a situação em torno da eventual candidatura do Sporting ao título, recusando-a em todas as circunstâncias: "É a estratégia mais inteligente para evitar que, de uma forma algo imatura, se crie uma pressão desnecessária sobre a equipa e os jogadores." "Com as expectativas que havia no início da época, é um ótimo resultado se ficarem em terceiro, o que podia ser um desastre caso assumissem candidatura", observou o ex-campeão nacional, para concretizar: "O planeamento está bem feito, não faz sentido assumirem-se agora candidatos, só porque estão à frente à 11ª jornada."
Mas Jaime Pacheco não tem dúvidas: "Neste momento, o FC Porto e o Benfica não estão assim tão fortes e o Sporting é um fortíssimo candidato. E eles sabem que o são. É um bocado ao contrário: o Sporting não ser candidato é um rabo escondido com gato de fora, está à vista de toda a gente. Mas fazem bem em preservar o grupo. Se faltassem dez jogos para o final do campeonato, tinham que se assumir candidatos." "Se o Sporting se mantiver assim, vai ter de o fazer, mais à frente", considerou o campeão que só se assumiu na luta a oito jogos do fim de 2000/01.