Alargamento para 18 clubes na época de 2014/15, com a integração do Boavista, foi aprovado, Taça da Liga mantém-se, e os novos modelos competitivos foram para o lixo
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A Liga de Clubes, reunida em assembleia geral extraordinária que durou 12 horas (!), aprovou o alargamento para 18 clubes na I Liga, na época de 2014/2015, e a divisão em duas zonas (Norte e Sul) da II Liga, com 12 clubes cada. Tudo isto apenas se o Boavista conseguir reunir todos os pressupostos para se inscrever a tempo, período esse que não está ainda definido. E apesar de ter visto chumbadas todas as propostas para um quadro inovador das competições, a satisfação de Mário Figueiredo, presidente da Liga, já muito perto da meia noite, era plena. Isto apesar de também ter visto derrotada a proposta para terminar com a Taça da Liga. E, por duas vezes, na assembleia, Mário Figueiredo tentou fazer passar a alteração que possibilitaria a centralização dos direitos televisivos, mas sem sucesso (ver texto na página seguinte).
Penoso o dia para quem esteve fechado na sala e ainda para quem teve de aguentar durante 12 horas por fumo branco. Não começou bem o dia, porque para as 10 horas estava marcado o Conselho de Presidentes. Começou mais de uma hora depois e apenas com três presidentes - Carlos Barbosa (Paços de Ferreira), Isidoro Sousa (Olhanense), e António Fiusa (Gil Vicente), embora com a maioria dos clubes representados. Uma reunião preparatória onde seria aprovada a apresentação das propostas. Pelas 13 horas, hora e meia depois do horário, iniciou-se a longa maratona. Naquela sala, e já com os representantes dos clubes grandes -Antero Henrique (FC Porto), Paulo Gonçalves (Benfica) e Vítor Ferreira (Sporting) -, uma agenda carregadíssima que levou a uma discussão longa.
O que estava em cima da mesa? Antes de tudo, a apresentação de uma série de propostas inovadoras, a partir de um estudo feito pela empresa holandesa Hypercube, e que O JOGO deu conta permonorizadamente na edição de ontem. Mas nenhuma das cinco possibilidades de alteração foi aprovada. O chumbo das propostas, fastidiosamente apresentadas por Pieter Nieuwenhulf, da empresa holandesa, foi tremendo e total. Em lugar disso, os clubes votaram favoravelmente (42 votos a favor, três contra, duas abstenções) o alargamento para 18 clubes, sempre com o pressuposto de um dos contemplados ser o Boavista. O axadrezados têm um ano para pôr as contas em dia. O outro clube a subir será encontrado através de um play-off a dois, entre o clube que ficar em 15º da I Liga na próximo temporada e o 3º da II Liga. Caso o Boavista não logre resolver todas as questões, o alargamento não será efetuado e mantém um quadro de 16 equipas.
Mário Figueiredo disse aos jornalistas, em conferência de Imprensa, que não se sente debilitado com o facto de terem sido recusadas as propostas de alteração ao quadro competitivo. "Pelo contrário, estou muito satisfeito. Trouxemos uma discussão nova ao futebol português, tal como nos propusemos. Não tenho que dizer que é assim... O futebol é um meio muito conservador, e os clubes optaram, mas antes discutiram, e era isso que pretendíamos. E não considero que fui derrotado, porque o futebol ganhou com esta discussão. E provou-se também que o alargamento para 18 clubes, como sempre entendemos, é viável, porque a esmagadora maioria aprovou isso".
Sobre as declarações de António Fiusa (ver caixa), sem esconder algum incómodo, Mário Figueiredo disse que não comenta as opiniões dos associados.