Luis Enrique, selecionador espanhol: "Vejo o nível nos treinos e digo 'madre mia'"

Luis Enrique, selecionador espanhol: "Vejo o nível nos treinos e digo 'madre mia'"
Redação

Declarações do selecionador espanhol na antevisão ao jogo da Liga das Nações contra Portugal, em Braga, com início às 19h45 de terça-feira.

Derrota altera abordagem: "Tínhamos boa oportunidade para seguir em frente, agora é uma final, precisamos ganhar e temos de encarar como uma final. Chegámos como possibilidade de ser campeões e não vamos especular. É muito atrativo este cenário, jogar em Braga e contra Portugal, são todos aspetos motivadores."

Renovação na seleção: "É o futebol profissional, quem não aceitar. Aqui não há amigáveis, jogam-se todos oficiais e contra rivais de grande nível. Ganhámos à Suíça em junho e agora perdemos. O futebol de seleções mudou e está tudo muito equilibrado, basta verem os resultados. Estamos numa mudança geracional, há vários com idade de sub-21 que poderão ir ao mundial. Não é uma desculpa, mas são decisões que tomo porque temos a ideia de crescer. O caminho assim é positivo. Temos de melhorar, aceitar cada derrota como parte do processo neste caminho, não há dúvidas de que os resultados são o mais importante."

Europeus à frente para o Mundial: "Esse comentário sobre Brasil-Argentina foi um comentário que fiz há tempo para a televisão argentina. Eles serão sempre favoritos, pelo historial. Alguém se atreve a dizer que Inglaterra ou França não sejam favoritos? Ou a Itália, que nem vai estar no Mundial?"

Dar um extra: "Oxalá. Mas isto é futebol. O que pretendemos controlar ao começar o jogo depois pode sair de outra forma. Vamos competir, fizemos três jogos bons recentemente contra Portugal, não conseguimos ganhar nenhum. Nós normalmente precisamos de mais jogadas para fazer golo do que eles. Vamos tentar ter a bola e depois defender bem porque são superiores a muitas seleções."

Jogar com um nove: "Independentemente de quem jogar terão de fazer o mesmo, ocupar os mesmos espaços, dar apoio. O que muda é que um jogador e outro não são o mesmo, cada um tem o seu perfil, Marco Asensio é mais para associar, Morata mais rematador, Borja Iglesias é mais referência. Mas não muda nada, não mudo a mensagem, mas saem coisas diferentes como é evidente. Jogaremos em função da forma que achar que podemos criar mais perigo."

Críticas após derrota com a Suíça: "Na primeira parte... não recordei um jogo da seleção em que tantos jogadores estivessem tão imprecisos. Parecia desastre, depois ao ver com atenção não foi tão mal, mas fomos imprecisos. E a Suíça esteve acertada nas bolas paradas. Temos de pensar no próximo jogo de forma positiva e pensar que temos possibilidade de ser campeões. Duas bolas paradas, é indiferente se forem 11 contra nove... Não tenho tempo para trabalhar bolas paradas antes deste jogo, só para recuperar os jogadores. Temos de adaptar-nos. Com o tempo que temos trabalhamos as bolas paradas, analisamos em vídeo, em defesa e ataque."

Defesa: "A linha mais potente que tenho é a defesa. Não há uma linha que tem de defender, defende a equipa toda. E para atacar não é só com avançados, eles não ficam à esperar a fumar um cigarrinho à espera que lhes chegue a bola, não."

Erros: "Se analiso o que vi contra a Suíça a posteriori, faltou-nos precisão no último terço. Vai voltar a acontecer, espero que não. Vejo o nível nos treinos e digo 'madre mia'. Sempre falta algo, mas temos muitos recursos. O erro foi na parte do futebol."

Mudanças: "Vim a pensar numa coisa, comecei a mudar ao ver os treinos. Preparei a melhor equipa para o primeiro jogo e agora para jogar uma final. Vou tentar as máximas combinações contra Portugal. Se vai haver muitas mudanças, vocês podem analisar. Em função do que ache que vai fazer o senhor Santos, de como estão os jogadores, do que vejo nos treinos..."